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AFP: Conflito entre Israel e Palestinos Começa com a Criação do Estado Judeu

Quando agências de notícia resolvem contar a história para o público, nós temos um problema. Porque assim como o fazem na hora de relatar os acontecimentos atuais, eles escolhem que parte da história é relevante para…

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Quando agências de notícia resolvem contar a história para o público, nós temos um problema. Porque assim como o fazem na hora de relatar os acontecimentos atuais, eles escolhem que parte da história é relevante para o entendimento de um contexto, e que parte não. No caso do conflito entre Israel e palestinos, a história é frequentemente cortada de modo que toda a culpa recaia sobre Israel. E isto acontece O TEMPO TODO.

Vejam a matéria “Entenda o conflito entre Israel e Palestina”, publicada sob autoria da AFP em diferentes veículos como G1, UOL, Estado de Minas e Isto É.

“Como começou o conflito? O conflito em sua forma moderna remonta a 1947, quando as Nações Unidas propuseram a criação de dois Estados, um judeu e um árabe, na Palestina sob mandato britânico. Israel foi proclamado no ano seguinte.”

Como pode o leitor entender que entre a proposta da criação de dois Estados e a criação do Estado de Israel começou um conflito? O que poderia ter gerado um conflito? Com as escassas informações apresentadas, é muito fácil deduzir algo do tipo: Se dois Estados foram propostos, mas apenas Israel foi criado, quer dizer que os árabes não puderam criar seu próprio Estado, e por isso surgiu um conflito com Israel. Como o leitor que não conhece o assunto poderia saber que a Liga Árabe e os árabes da Palestina não aceitaram o Estado proposto pela ONU em 1947? Como poderia saber que os árabes juraram fazer de tudo para que o plano de dois Estados não vigorasse, colocando sua jura em prática ao atacarem Israel um dia depois de sua criação em 1948?

“Em 1967, Israel tomou pela força a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, então sob controle da Jordânia, bem como a Faixa de Gaza, sob administração egípcia.”

Não, Israel não tomou Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Gaza pela força, do nada. Em 1967, Israel foi atacado pelo Egito e pela Jordânia (e também pela Síria) e no processo de sua auto-defesa, o país conquistou as três regiões de seus atacantes.

“Desde então, anexou Jerusalém Oriental, onde estão localizados santuários venerados por cristãos, judeus e muçulmanos.”

Israel não anexou Jerusalém Oriental em 1967, Israel unificou Jerusalém que desde milhares de anos atrás até 1949 sempre fora uma cidade única. Em 1947, o Mandato Britânico passou o controle de Jerusalém para as Nações Unidas que teria continuado regendo a cidade se os árabes não tivessem recusado o Plano de Partilha e atacado Israel em 1948.  Jerusalém nunca fora dividida em Ocidental e Oriental, mas depois do acordo de 1949, fora cortada pelo exército jordaniano com barreiras de concreto e arame farpado, impedindo quaisquer israelenses (judeus e árabes) de entrar no seu lado do armistício. Em 1967, Israel apenas colocou estas barreiras abaixo e liberou o acesso de todos os povos à parte oriental da cidade.

Depois de anos de luta armada, dois levantes palestinos (Intifadas), várias guerras na Faixa de Gaza, os Territórios palestinos, Jerusalém e Israel estão experimentando desde 2015 uma nova onda de violência.

“Jerusalém e Israel”? Quer dizer que o Parlamento de Israel não fica em Israel? A residência do primeiro-ministro de Israel não fica em Israel? O escritório do primeiro-ministro de Israel? Os lugares mais sagrados no Judaísmo, Muro das Lamentações e Monte do Templo? O Museu do Holocausto de Israel? O Museu de Israel? A Suprema Corte de Israel? O Cemitério Nacional de Israel, Monte Herzl? A capital de Israel?

“Para voltar a conversar com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o presidente palestino, Mahmud Abbas, exige a suspensão da colonização nos territórios palestinos, entre outras condições.”

Israel congelou os assentamentos por 10 meses em 2010 para que Abbas aceitasse conversar com Netanyahu. Abbas nunca compareceu.

 

Compartilhem e vamos tentar convencer as agências de notícia a aterem-se às novidades e deixarem as aulas de história para os professores.

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