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Lutando Contra o BDS na Espanha: Um Exemplo para Outros Países

Por Angel Mas, Angel Mas é presidente da ACOM, uma organização que luta contra o movimento anti-Israel de Boicote, Desinvestimento e Sanções na Espanha. As opiniões expressadas aqui são suas opiniões particulares. A interseccionalidade é a…

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Por Angel Mas,

Angel Mas é presidente da ACOM, uma organização que luta contra o movimento anti-Israel de Boicote, Desinvestimento e Sanções na Espanha. As opiniões expressadas aqui são suas opiniões particulares.


A interseccionalidade é a estranha aliança de grupos aparentemente incompatíveis que defendem posições contraditórias. Eles se unem no seu ódio comum contra as democracias ocidentais e os valores universais associados ao capitalismo de mercado, tribunais independentes, representação parlamentar, Estado de direito, liberdade de expressão, culto e imprensa, e direitos iguais para todos. Um dos alvos favoritos da interseccionalidade é Israel, o direito de um Estado judeu existir em liberdade e segurança.

Para este objetivo deslegitimizador, neonazistas operam de mãos dadas com comunistas e anarquistas, as chamadas feministas protestam com salafistas, e ativistas pelos direitos gays totalmente confusos cantam slogans jihadistas. Eles dizem que visam os sionistas, mas todos nós sabemos que eles querem dizer judeus.

A obsessão compulsiva que visa um Estado, o único Estado judeu, segue uma tradição ignóbil de assédio a uma minoria facilmente identificável. Séculos atrás, esse preconceito usou a religião como justificativa (as pessoas que assassinaram Cristo). Mais tarde, o nacionalismo foi a desculpa (colunistas como Alfred Dreyfus, que traiu o país, ou conspirações ocultas para dominar o mundo, como os Protocolos dos Sábios de Sião). Os nazistas apelaram para a pseudociência (a raça inferior e pervertida). Agora, a antiga obsessão doentia usa Israel, o ódio contra o Estado judeu, como catalisador.

BDS signNada de novo também nos quatro “Ds” que resumem os meios dos fanáticos: Demonizar, Deslegitimar, Desumanizar e aplicar Duplos padrões para a autodeterminação nacional do povo judeu.

É isso que simboliza o movimento Boicote, Desinvestimentos e Sanções (BDS) contra Israel.

O BDS é um fenômeno global que nasceu da aceitação dos antissemitas modernos da improbabilidade de derrotar Israel através de confronto militar ou ataques terroristas. O objetivo é o mesmo: a aniquilação da pátria judaica, “do rio ao mar”. Mas agora, o BDS tenta empurrar a comunidade internacional para que condene Israel como um Estado pária, e expulse todos aqueles que apoiam o país: Sionistas. Judeus.

BDS na Espanha

Os deslegitimadores, assim como os antigos fanáticos, mascaram sua falsidade apresentando-se como vítimas e escondendo suas verdadeiras intenções. Eles apelam aos sentimentos do público contra a opressão ou o abuso, e a simpatia pelos tidos como oprimidos e as minorias sofredoras.

Neste contexto global, o que torna o caso do BDS na Espanha único? O fato de que lá todo esse viés antissemita contra uma minoria é exercido por instituições governamentais, por poderes do Estado.

PodemosO movimento BDS na Espanha adquiriu sua atual virulência com o surgimento do Podemos, um partido “chavista” de extrema esquerda financiado pela Venezuela e pelo Irã. Podemos ganhou 25% dos votos nas eleições locais de 2015, na Espanha. Antes dessas eleições, o BDS era uma confederação marginal de pequenos grupos com foco em boicotes acadêmicos e culturais à Israel. O grupo central que formou o Podemos está envolvido com atividades do BDS há anos, e a hostilidade contra Israel foi uma prioridade na sua agenda política.

Desde que o Podemos conquistou o controle dos governos municipais nas principais cidades espanholas, incluindo Madrid, Barcelona, ??Zaragoza e Cádiz, o movimento anti-Israel teve acesso a múltiplos recursos econômicos, humanos e organizacionais. Quando aqueles grupos de extrema esquerda ocuparam as instituições públicas, não distinguiram entre sua própria agenda sectária e a agenda do governo.

As administrações locais (provinciais e municipais) se juntaram formalmente ao movimento BDS e declararam seus territórios “livres do apartheid israelense”. Na verdade, Judenfrei. Adesivos foram distribuídos para serem exibidos em lojas e escritórios, empresas públicas foram instruídas a não trabalhar com empresas ou indivíduos israelenses, e foi exigido dos cidadãos espanhóis suspeitos de serem associados ou simpatizantes do Estado judeu, que repudiassem o mesmo publicamente para não serem excluídos da sociedade ou da vida política, econômica e cívica.

Combatendo a onda do BDS

Podemos conduziu mais de 90 declarações desse tipo na Espanha, em jurisdições que cobrem uma população de mais de oito milhões de pessoas. Seu plano era criar uma enxurrada de ódio que atingisse a maioria da Espanha em 18 meses. Isso constituía uma ameaça existencial e nós tivemos de agir.

Mas, francamente, nem todos na Espanha, ou dentro das comunidades judaicas, ou no sistema político, ou mesmo em Israel, viram a necessidade de uma resposta decisiva e urgente. Nós, no entanto, pensamos que subestimar o compromisso e determinação de nossos inimigos era um erro e que ignorar o fenômeno não o faria desaparecer. Nós priorizamos a luta contra essa ameaça e mobilizamos recursos. Sabíamos que precisávamos de uma resposta que combinasse iniciativas políticas, de mídia e de direito da lei. E nós recebemos o apoio essencial de organizações judaicas no país para isso.

A ACOM (Ação e Comunicação) centralizou o esforço da resposta. Nós éramos um grupo de diplomacia pública, mas tivemos que nos transformar rapidamente em uma organização de lei também.

ACOM

Nós não somos litigiosos. Preferimos evitar qualquer discriminação a uma vitória judicial contra os boicotadores. A educação política e a presença da mídia combinadas com a ameaça de possíveis iniciativas legais impediram dezenas de boicotes adicionais.

Nesse esforço preventivo, temos ativistas que rastreiam as atividades das gangues do BDS, suas páginas da web, contas do Twitter e do Facebook, listas de distribuição e chats. O aviso antecipado é crítico. Muitas de suas resoluções são formuladas em segredo e avançam em votos rápidos.

Passamos incontáveis horas abordando tomadores de decisão e líderes comunitários que poderiam ter sido enganados ou mal informados. É importante investir na exposição da verdadeira natureza e objetivos do BDS, e as implicações legais do suporte às suas declarações.

fighting BDSMas, às vezes, tudo isso falha e resoluções antissemitas são aprovadas. Em tais casos, nosso último recurso é o litígio.

É triste que uma minoria se sinta alvejada e vitimizada pelo Estado que deveria protegê-la. É desanimador que recaia sobre cidadãos e organizações privadas – e não sobre a promotoria pública – liderar a defesa contra os abusos de representantes públicos e instituições locais. E nós aprendemos que, para ganhar a atenção do nosso sistema político e das mídias sociais, os casos precisavam ser expostos primeiro à imprensa estrangeira. O interesse demonstrado por renomadas organizações judaicas internacionais também gerou atenção às resoluções discriminatórias na Espanha.

Nenhum boicote local é pequeno demais para não ser contestado. Grupos do BDS manipulam cuidadosamente as informações que alcançam os decisores políticos, gastam recursos maciços em campanhas de mídia e são mestres na intoxicação por mídia social. Em geral, os grupos pró-Israel estão atrasados ??na aplicação de análises e ações nesses campos.

Em se tratando da opinião pública, nós decidimos desafiar a narrativa e a terminologia anti-israelenses, mesmo que a princípio isso seja um choque para o público: termos geralmente aceitos como “territórios ocupados”, “refugiados” ou “muros” nos colocam imediatamente em desvantagem em qualquer debate. Também sabíamos que as gangues anti-Israel se escondem atrás da retórica dos direitos humanos, apelando para ideais humanitários, manipulando o direito internacional e as resoluções da ONU. Nós nos esforçamos para apresentar fatos e corrigir as mentiras.

Nós investimos nossos esforços em expor os verdadeiros objetivos do movimento BDS: não uma solução de dois Estados, mas a exclusão de uma das partes. Não uma iniciativa pacífica, mas uma que glorifica a violência. É crucial insistir na associação do BDS com o antissemitismo e expor suas ligações com organizações terroristas.

Enfatizar esses vínculos é essencial, já que a maioria dos financiamentos do BDS é pública, em esquemas profundamente enraizados com uma rede de associações e grupos. Eles dominam o processo de acesso ao financiamento estatal em todos os níveis para alimentar uma indústria que emprega centenas de pessoas e que superaria qualquer resposta patrocinada de forma privada que apresentássemos. Cortar esse financiamento é fundamental.

Spain

Até agora obtivemos mais de 25 resoluções judiciais contra boicotes anti-Israel institucionais (municipais ou provinciais). Os tribunais concordam que os governos locais não têm competência sobre esses assuntos. Mais importante ainda, eles também decidiram que os boicotes são discriminatórios, violando princípios constitucionais e direitos fundamentais.

Além disso, nós mudamos da defesa para o ataque, aumentando a dissuasão. Para acabar com a impunidade associada ao comportamento ilegal do BDS, deve haver consequências:

– Continuaremos a lutar contra resoluções de boicote, mas procuraremos cortar o financiamento de grupos do BDS.

– Estamos expondo seus líderes às responsabilidades criminais associadas à promoção do ódio e antissemitismo na Espanha.

Algumas pessoas levantam preocupações sobre a liberdade de expressão em nosso combate para proteger nossos direitos civis. Somos muito claros: todos, políticos em particular, têm o direito de expressar suas próprias opiniões – opiniões que talvez não gostemos, ou mesmo aquelas que sentimos serem ofensivas. Mas instituições não têm o direito de incitar ou discriminar. O Estado não pode favorecer ou penalizar cidadãos por quem eles são ou o que pensam. Não temos vergonha de exigir proteção judicial para isso.

BDS luta de volta

Após a surpresa inicial que nossas ações vigorosas criaram entre os deslegitimadores (até então eles estavam acostumados a monólogos nas redes sociais e imunidade de boicote), nós assumimos que eles tentariam uma campanha agressiva de difamação, visando ativistas pró-israelenses, e espalhando libelos contra organizações pró-israelenses.

Algumas semanas atrás, um grupo do BDS apresentou uma queixa criminal contra a ACOM e contra mim. Somos acusados ??de associação ilegal e promoção do ódio. Por mais de 70 páginas, o advogado do BDS – anteriormente condenado por acusações terroristas de cooperação com a ETA – deslegitima Israel, demoniza seus representantes e criminaliza qualquer pessoa que apoie o Estado judeu. Eles pintam nosso pedido de proteção judicial como intimidação contra os discriminadores. Os atacantes acusam as vítimas de atacar. Os valentões do BDS se ofendem com a recusa dos judeus em aceitar o desamparo. E, finalmente, o BDS argumenta que a nossa denúncia da glorificação do terrorismo e da promoção da violência é na verdade uma incitação ao ódio contra todos os palestinos.

Os extremistas do BDS não toleram o debate e a dissidência muito bem. Seu instinto totalitário exige o silêncio, exclui e ostraciza quem não se submete à imposição do BDS. Eles vão implicar e intimidar qualquer um que ousa confrontá-los. Aqueles que desprezam nossas liberdades constitucionais tentarão torcer esses direitos para silenciar uma minoria e reduzir a coexistência pacífica.

Lutar contra o BDS requer tempo, esforço e recursos. Mas se esconder não é uma opção para nós. Este é o lugar onde a diáspora contribui para defender o Estado judeu e, ao fazer isso, também defendemos nossos direitos como cidadãos da Espanha. Nós fomos expulsos há 500 anos, mas isso não vai acontecer novamente. Não sob nossa vigilância.

 

Imagens: cartaz do BDS por CC BY-SA Takver; bandeira por CC BY-NC-ND Chris;

 

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