A Associated Press (AP) merece crédito por sua história sobre a aparente adoção da “não-violência” pelo Hamas; Mas parece que o serviço de notícias não percebeu a realidade alternativa que seus jornalistas revelaram…
A história se abre da seguinte maneira:
Em um acampamento perto da fronteira de Gaza com Israel, um palestrante respondeu a perguntas de ativistas que discutiam o conceito de protesto não-violento.
Eles perguntaram o que é permitido, listando diferentes ações. Atirar pedras e realizar tumultos é permitido, disse ele. Arremessar bombas incendiárias é um “talvez” e usar facas, um “não” definitivo.
Aparentemente, qualquer coisa que não envolva atentados suicidas, ataques com foguetes, tiroteios ou esfaqueamentos é agora classificado como “não-violento”, segundo o Hamas e os ativistas palestinos.
O Dicionário Oxford define violência como um comportamento envolvendo força física com intenção de ferir, danificar ou matar alguém ou algo.
Também é tido como o exercício ilegal de força física ou intimidação pela exibição de tal força.
Em qualquer uma dessas definições, atirar pedras ou bombas incendiárias seria considerado um ato de violência. Em qualquer sociedade civilizada, essas ações seriam inaceitáveis ??e ilegais.
Por que então a mídia adotou a definição de não-violência do Hamas, que simplesmente permite que os palestinos realizem atos de violência definidos pelo dicionário, desde que não envolvam o auxílio de uma arma ou faca?
De acordo com a AP:
O Hamas manteve a pressão sobre Israel ao mandar a mensagem de adoção de não-violência. Por exemplo, o principal líder Ismail Haniyeh discursou recentemente tendo no pano de fundo, cartazes de ícones como Nelson Mandela e Martin Luther King Jr.
A AP não menciona que este fundo de cartazes também incluiu Gandhi.
Hamas chief Ismail Haniyeh gives speech under visages of Ghandi, King and Mandela. If he actually followed their lead his terrorist org would disarm – for the greater good of all Gazans. pic.twitter.com/L5xghRnh8K
— Neri Zilber (@NeriZilber) 10 de abril de 2018
Trad.: “O chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, discursa sob as imagens de Gandhi, King e Mandela. Se ele realmente seguisse seus exemplos, sua organização terrorista se desarmaria – para o bem maior de todos os habitantes de Gaza.”
Enquanto Mandela e seu partido ANC empregaram a violência na luta contra o apartheid sul-africano, é um insulto tanto a Gandhi quanto a Martin Luther King que o Hamas faça qualquer comparação entre si e os defensores da verdadeira não-violência.
De acordo com o Instituto de Pesquisa e Educação Martin Luther King Jr., na Universidade de Stanford, a noção de não-violência de King tinha seis princípios-chave, incluindo:
- Pode-se resistir ao mal sem recorrer à violência;
- A não-violência busca conquistar “a amizade e a compreensão” do oponente, não humilhá-lo;
- Aqueles comprometidos com a não-violência devem estar dispostos a sofrer sem retaliar, pois o próprio sofrimento pode ser redentor;
- Quem resiste deve ser motivado pelo amor no sentido de “compreensão” ou “redenção da boa vontade para todos os homens”.
Isso realmente soa como a definição do Hamas de protesto não-violento?
Esta é a realidade dos protestos na fronteira de Gaza:
Por que quando palestinos atiram pedras e bombas incendiárias, é considerado não violência, mas qualquer outra pessoa seria presa e processada por fazer a mesma coisa, em outro país? Será que o fanatismo protetor que julga os palestinos usa padrões tão baixos do que constitui atividades não violentas?
Por que a mídia deu tamanho passe livre para o Hamas e manifestantes palestinos?
A Associated Press escreveu um artigo decente. No entanto, o serviço de notícias não chegou às conclusões óbvias: o Hamas e a não-violência não são exatamente um casal que possa estar junto.
Imagem em destaque: freevector.com e Flash90 / Sliman Khader, com modificações.