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HR Visita a Fronteira de Gaza

Nas últimas semanas, o Hamas e outros grupos terroristas de Gaza têm disparado centenas de foguetes e morteiros contra as comunidades do sul de Israel. O Exército de Israel (IDF) responde bombardeando a infraestrutura militar…

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Nas últimas semanas, o Hamas e outros grupos terroristas de Gaza têm disparado centenas de foguetes e morteiros contra as comunidades do sul de Israel. O Exército de Israel (IDF) responde bombardeando a infraestrutura militar do Hamas.

Foguetes de Gaza que já aterrissaram no Kibbutz Alumim.

Um dia antes de quase 200 foguetes serem lançados contra Israel, o HonestReporting levou um grupo de 30 pessoas até as comunidades israelenses perto da fronteira de Gaza, para ver a situação pessoalmente.

Por que isso é importante?

Os residentes que visitamos no Kibbutz Nahal Oz, Kibbutz Alumim e Asaf Siboni vivem sob ameaça real. No entanto, eles também vivem em uma bela área natural, com casas e comunidades para as quais são genuinamente dedicados. E você pode se surpreender com a empatia e a complexidade com que eles vêem seus vizinhos em Gaza.

Um cachorro vigia sua casa no Kibbutz Alumim

É difícil entender a profundidade dessa realidade até conhecer as pessoas e ver suas vidas pessoalmente. Então é exatamente isso que fizemos.

O fazendeiro

Danny Rachamim é um agricultor do Kibbutz Nahal Oz. Seu comportamento amigável e otimista contradiz as pressões de sua vida a apenas algumas centenas de metros da fronteira de Gaza: uma distância menor do que um típico quarteirão urbano. Ele se lembra de uma época, décadas atrás, em que visitava Gaza para fazer compras, comer e socializar com amigos palestinos. Várias famílias palestinas de Gaza participaram de seu casamento. Mas hoje em dia, Gaza e Israel estão separados por medidas de segurança e tais visitas são impossíveis.

Danny Rachamim (no meio) com os participantes da viagem de campo do HonestReporting.

Danny lamenta que a maioria dos jovens de Gaza nunca tenha visto um israelense que não fosse soldado de uniforme e nunca tenha aprendido sobre israelenses de outra fonte que não o Hamas.

Agora, os campos de trigo do kibutz sofrem danos frequentes de foguetes, bem como de pipas e balões incendiários. Seus netos aprenderam na pré-escola como correr para abrigos antibombas. Os pais do kibutz enfrentam uma ameaça constante ao psicológico de seus filhos: o trauma da primeira infância. Um estudo descobriu que 40% das crianças que crescem em Sderot sofrem de ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático. Isto é, naturalmente, além da constante ameaça à vida de seus filhos.

Pais e professores buscam formas criativas de diminuir o fardo emocional das crianças, por exemplo, pintando abrigos antibomba com cores claras e acolhedoras, conseguindo transformar uma necessidade de sobrevivência em um projeto de arte colaborativa.

Abrigo antibombas decorado com as palavras “Ensine a paz”.

A empreendedora

Noga Gulst irradia uma energia especial e positiva que é exclusiva dos empreendedores. Ela mora no Kibbutz Mefalsim e atua como chefe de empreendedorismo empresarial na região de Shaar Hanegev.

Noga se lembra com carinho de ter visto Gaza ainda criança com sua família, todo fim de semana. Mas agora ela entende uma realidade nova e perturbadora: que os palestinos querem que os judeus vão embora. Para ser claro, o Kibbutz Mefalsim e as outras comunidades que visitamos estão dentro das fronteiras pré-1967 de Israel. Eles não estão dentro do que chamam de “território ocupado”.

Noga Gulst com os participantes da viagem de campo do HonestReporting.

Noga tem recursos para sair, morar em qualquer lugar de Israel ou no exterior. Mas ela diz que ama Mefalsim. É onde ela passou toda a sua vida, onde está sua casa. Ela explica que se isso é uma guerra, então “ganhar” significa ficar. No entanto, ela espera por um futuro melhor, porque para Noga, “ganhar” também significa paz.

A autora infantil

Com apenas algumas palavras, Esther Blau Marcus nos fez sentir como se estivéssemos ouvindo uma história no jardim de infância. Sua voz paciente e reconfortante se tornou o centro do nosso universo. Ela é autora do conhecido livro infantil israelense “Tzeva Adom”. Tzeva Adom significa literalmente “Cor Vermelha”, mas coloquialmente significa “Alerta Vermelho”. Quando o exército detecta um lançamento de foguete, as palavras “tzeva adom” são anunciadas em alto-falantes na área em perigo. O livro de Esther ensina as crianças a responderem a essas palavras críticas com segurança e sem pânico.

Esta não é uma tarefa simples. Depois de uma sirene, as crianças têm apenas 15 segundos para entrar em um abrigo antiaéreo. O segredo do sucesso do livro é que Esther entende que as crianças reagem ao mundo de uma maneira especial e mágica.

Esther Blau Marcus e seu livro: Tzeva Adom.

Ela explicou seu livro compartilhando um fato surpreendente: no sul de Israel, a familiar “sirene” de alerta de foguete é na verdade uma voz humana gravada repetindo as palavras “tzeva adom” via alto-falante. A sirene de alerta costumava ser chamada de “Shahar Adom”, que significa literalmente “Amanhecer Vermelho”, mas há crianças israelenses chamadas Shahar, que acharam isso assustador e doloroso. O governo israelense mudou a sirene. Mais tarde, Esther descobriu que algumas crianças ficavam com medo da cor vermelha porque ela representava perigo. É por isso que o livro de Esther ensina que cada cor tem uma personalidade e um trabalho especial a fazer: a cor vermelha foi especialmente escolhida para proteger famílias e crianças.


Esther nos contou sobre um menino que se recusou a entrar em um abrigo antibombas porque sentiu a necessidade de primeiro “cuidar” de seu amigo, colocando-o em segurança. O menino foi então atingido por um entendimento aterrorizante: “Uma vez que eu cuide de meu amigo, quem vai cuidar de mim?”

Assim como Tzeva Adom guia as crianças para a segurança física, o livro de Esther entra no “mundo do pensamento” das crianças e as guia para a segurança emocional.

O que tudo isso significa?

Raramente vemos a realidade humana israelense na cobertura de notícias, embora haja exceções, como quando o jornal Washington Post visitou Nahal Oz e os kibutzim próximos de Nirim e Nir Am. No entanto, em geral, a vida no lado de Gaza da fronteira recebe mais cobertura, levando a uma percepção pública de que as medidas de segurança de Israel são de alguma forma excessivas.

Apenas lembrando a quem e do que Israel está (se) defendendo, a verdade entra em foco correto.

 

Para saber mais sobre nossas missões e viagens de campo, clique aqui.

 

Participantes e equipe da viagem de campo do HonestReporting.

Imagem em destaque: IDF

 

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