Foram dias agitados para a cobertura da mídia na Síria. Primeiro foi o terrível ataque químico na cidade síria de Douma supostamente realizado pelas forças do presidente Bashar al-Assad, seguido de lamentos dos membros civilizados da comunidade internacional.
Então, em um evento não relacionado, Israel foi tido como estando por trás de um ataque aéreo a uma base aérea militar síria que matou 14 pessoas, incluindo vários assessores militares iranianos.
O ataque químico sírio e o suposto ataque aéreo israelense tornaram-se parte da mesma história para a maior parte da mídia. Muitas das manchetes veicularam o incidente mais recente – o ataque aéreo. No entanto, na ausência de imagens da cena, alguns meios de comunicação optaram por usar as imagens altamente emotivas resultantes do ataque químico sírio.
Este foi o resultado do relato da UOL:
Imagens do tipo com suas manchetes não-relacionadas espalharam-se rapidamente, deixando os leitores casuais sob a falsa impressão de que Israel foi responsável por matar ou ferir crianças sírias.
Mas a UOL não foi, de maneira alguma, a única infratora. O mesmo ocorreu…
A inclusão de um subtítulo que fala sobre o ataque químico não desculpa a confusão.
Na Exame online:
Aqui, a legenda deixa o leitor totalmente confuso a que ocasião a foto está relacionada.
E no Jornal do Comércio, que na falta de maiores informações em sua manchete, vincula totalmente a terrível imagem do ataque químico ao ataque aéreo.
Esta história demonstrou o quão difundido pode ser o dano quando a mídia simplesmente não se preocupa com sua responsabilidade jornalística de passar informações claras e precisas para o leitor, e usa uma foto de uma ocasião para ilustrar um segundo assunto, com legendas confusas e incompletas.
O mesmo dano ocorreu mundialmente. Confira as histórias. Não admira que recebemos reclamações de todo o mundo.