Em uma longa reprimenda de 10.000 palavras no jornal The Guardian, o escritor freelancer Nathan Thrall ridicularizou Israel como um Estado violento e de apartheid, promovendo o movimento BDS (Boicote Desinvestimento e Sanções) como um legítimo e “último recurso” para alcançar os direitos básicos dos palestinos.
Mas para fazer o seu argumento, Thrall teve que esconder a verdade repetidasvezes.
Três temas recorrentes se destacam: 1. O BDS quer destruir Israel; 2. A “não-violência” palestina é na verdade violenta; 3. Todos os cidadãos israelenses têm direitos iguais.
1. O BDS tem como objetivo destruir Israel
Thrall afirma repetidamente que o BDS é um movimento pela igualdade palestina. Três dos fundadores e líderes do BDS discordam.
Omar Barghouti, fundador do BDS:
Definitivamente, nos opomos a um Estado judeu em qualquer parte da Palestina.
(Separadamente, ele esclarece que “Palestina” significa todo o território de Israel.)
As’ad AbuKhalil, professor de Ciência Política da Universidade Estadual da Califórnia, líder do BDS e ativista:
O verdadeiro objetivo do BDS é derrubar o Estado de Israel… isso deve ser declarado como um objetivo inequívoco.
John Spritzler, autor, líder do BDS e ativista:
Eu acho que o movimento BDS vai ganhar força por explicar diretamente porque Israel não tem o direito de existir…
O Livro do BDS faz um excelente trabalho de pesquisa e coleta precisa de dezenas de declarações similares de fundadores, ativistas e líderes do BDS.
Nada disso deveria surpreender, dada a posição declarada do governo palestino: que toda Israel é Palestina ocupada. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, esclareceu este ponto quando ficou em frente a um mapa de Israel em um discurso público em janeiro passado e disse:
Este é o nosso país.
Thrall não menciona nada disso.
2. A “não violência” palestina é frequentemente violenta
Thrall faz numerosas referências aos protestos palestinos, muitas vezes descrevendo-os como “não-violentos” e criticando (bem como descaracterizando) as respostas israelenses.
No entanto, os protestos palestinos e a “não-violência” geralmente são bastante violentos.
Por exemplo, os “protestos” na fronteira de Gaza neste verão incluíram coquetéis molotov e tiroteios, enquanto “protestos” no ano passado em Jerusalém incluíram pedras, explosivos e apelos pelo completo genocídio de judeus e a violação em massa de mulheres judias,
A conseqüência inevitável da violência palestina são as medidas de segurança israelenses às quais Thrall se opõe. Por exemplo, a cerca de segurança erguida em resposta à horrível “Segunda Intifada”, diminuiu em mais de 90% as mortes israelenses por terrorismo, enquanto os postos de controle, investigações e prisões continuam a interromper os ataques terroristas planejados de forma contínua.
3. Todos os cidadãos israelenses têm direitos iguais
Thrall afirma repetidas vezes que Israel não oferece direitos iguais a todos os seus cidadãos.
Isto é simplesmente falso.
As Leis Básicas (o equivalente efetivo a uma constituição em Israel) garantem igualdade a todos os cidadãos, independentemente de raça ou religião.
Como toda democracia multiétnica, Israel luta contra as tensões raciais informais. No entanto, os tribunais de Israel aplicam a Lei Básica chamada Human Dignity and Liberty (1992), bem como outras leis, de forma contínua: para proteger direitos iguais tanto na prática quanto na legislação.
Previsivelmente, Thrall também se opõe à identidade de Israel como um país judeu, dizendo que isso “consagra” a desigualdade na lei.
Isto também é falso.
O próprio país do jornal The Guardian (o Reino Unido) tem uma religião oficial – cristianismo – e vários outros países têm religião, etnia ou povo oficiais sem rejeitar minorias ou direitos das minorias: como a Noruega, Suécia, França, Alemanha, Japão e muito mais.
Thrall, como de costume, não menciona nada disso.
Fatos são sagrados
O próprio código editorial do The Guardian afirma: “Comentários são livres, mas os fatos são sagrados” e “a face sem nuvens da verdade [não deve] sofrer mal”.
Há muitas distorções de fatos objetivos e muitas verdades obscuras no artigo de tamanho virtualmente enciclopédico de Thrall, mais do que eu poderia listar nessa crítica. No entanto, a reprimenda de Thrall se resume basicamente a três simples enganos: que os cidadãos palestinos de Israel não têm direitos iguais, que Israel é um opressor violento, e que o BDS é uma resposta legítima, não violenta e apropriada.
Se qualquer uma dessas coisas fosse verdade, Thrall teria sucedido em cumprir os padrões de seu próprio veículo.