Na última segunda-feira, o vídeo de um palestino sendo baleado na perna do lado de Gaza da fronteira com Israel, foi viral nas redes sociais.
O vídeo de dezembro de 2017 foi filmado por um soldado israelense que capturou o momento em que um segundo soldado de outra unidade baleou o palestino na perna. No vídeo, escuta-se o soldado que filmou comemorando o tiro.
O atirador não teve participação na realização do vídeo, e seguia procedimentos do Exército de israel (IDF) para tentar dispersar uma revolta violenta que durou cerca de duas horas e incluiu apedrejamentos e tentativas de sabotar a cerca de segurança. De acordo com a IDF, após medidas mal sucedidas de dispersão dos distúrbios:
uma única bala foi disparada contra um dos palestinos suspeito de organizar e liderar o incidente, enquanto ele estava a poucos metros da cerca. Ele foi atingido na perna e ferido.
Em referência ao vídeo, a própria IDF anunciou:
sobre as filmagens não autorizadas de um evento operacional, a distribuição do material filmado e as declarações feitas lá, deve-se notar que elas não se adequam ao grau de restrição esperado dos soldados da IDF e serão tratados pelos comandantes de acordo.”
…e que tomará medidas disciplinares contra os autores do vídeo e suas condutas.
O jornal O Globo confundiu a conduta do atirador com a conduta do filmador:
E não sabe que o palestino ferido na ocasião está vivo até hoje, inclusive dando sua versão dos acontecimentos um dia atrás:
A polêmica do vídeo repercutiu na maioria dos veículos de notícia, não só no O Globo.
Talvez porque o vídeo dos soldados da IDF seja incomum e não representa o etos do exército de Israel. Ou talvez a mídia tenha visto uma oportunidade de fazer o que tantos jornalistas gostam de fazer – apresentar Israel e a IDF da pior maneira possível.
Afinal, com que frequência vemos notícias sobre o incitamento violento e antissemita de líderes palestinos, ou sobre as comemorações e distribuição de doces depois que crianças israelenses são assassinadas em ataques terroristas?
