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O Globo: Jerusalém Oriental Palestina e sob Controle Militar de Israel

Em uma matéria sobre a decisão do Knesset ontem de legalizar assentamentos construídos irregularmente na Zona C da Cisjordânia, o jornal O Globo faz uma referência duplamente falha à Jerusalém Oriental. Veja o conteúdo original…

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Em uma matéria sobre a decisão do Knesset ontem de legalizar assentamentos construídos irregularmente na Zona C da Cisjordânia, o jornal O Globo faz uma referência duplamente falha à Jerusalém Oriental. Veja o conteúdo original abaixo:

 

 

Primeira falha – “porção palestina da capital”

Apesar de louvável que o jornal tenha se referido à Jerusalém como a capital de Israel – algo que raramente vemos na mídia -, dizer que Jerusalém Oriental é a “porção palestina” da cidade soa um tanto confuso. Apesar de muitos árabes da região considerarem-se palestinos, Jerusalém Oriental não é território palestino, é território anexado por Israel desde 1967, hoje com uma população de maioria árabe – cenário formado após 19 anos (1949-1967) de completa expulsão de judeus da Cidade Velha pelos jordanianos. Aliás quando O Globo fala em “200 mil israelenses”, eles se referem apenas aos judeus e esquecem de incluir os árabes que também possuem cidadania israelense. Portanto, o correto seria dizer “porção de maioria árabe da capital”.

 

Segunda falha – “sob controle militar de Israel desde 1967”

Aqui não se trata nem de uma falha, mas uma informação falsa que está sendo passada pro público. Jerusalém Oriental não está sob controle militar de Israel desde 1967, mas sim controle civil. Qualquer pessoa vivendo em Jerusalém Oriental, seja árabe ou judia, tenha cidadania israelense ou não, está sujeita às leis civis de Israel, ao contrário de palestinos vivendo na área C da Cisjordânia – sob controle civil e militar de Israel – cujos crimes cometidos passam estritamente por uma corte militar. Além disso, desde a anexação em 1967, todos os árabes vivendo em Jerusalém Oriental receberam a opção de se tornarem cidadãos israelenses e mesmo os que não se tornaram até hoje podem votar nas eleições municipais assim como os israelenses.  

 

O HonestReporting entrou em contato com o jornal O Globo para pedir as devidas correções.

 

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