Até agora, todos nós sabemos que o Monte do Templo é um local no alto de uma colina em Jerusalém, que é sagrado para judeus e muçulmanos.
Está sempre entrando e saindo do foco da mídia por causa da violência palestina, das preocupações sobre seu status quo, câmeras de segurança, arqueologia ou por causa de pronunciamentos infantis da Autoridade Palestina, UNESCO, ou Jordânia negando os laços judaicos históricos.
Mas está na hora da imprensa trazer algumas informações em falta sobre as controvérsias envolvendo o local. Há uma abundância de questões em que jornalistas não se aprofundam. O jornalismo de qualidade certamente abordaria algumas destas perguntas:
Política: Qual é exatamente o status-quo em relação aos direitos dos não-muçulmanos de visitarem e/ou rezarem no Monte do Templo? Como se deu este cenário? Como as regras são aplicadas?
Perguntas para os judeus: Se o Monte do Templo é tão sagrado para o judaísmo, por que o governo de Israel concedeu a administração do Monte do Templo ao Waqf Islâmico (organização que controla e gerencia construções islâmicas no Monte do Templo e arredores) imediatamente após a Guerra dos Seis Dias? Como e por que a Jordânia se envolveu com o Monte do Templo? Como os acordos de Oslo e a criação da Autoridade Palestina impactam no status quo? Quem nomeia hoje os funcionários da Waqf e paga seus salários?
O que Israel prega sobre liberdade de culto? Como isso se compara aos 19 anos em que o Monte do Templo e outros locais sagrados foram diretamente governados pela Jordânia?
O que o Judaísmo diz sobre rezar no Monte do Templo? Por que mais judeus não visitam o local? Os judeus realmente querem começar a rezar no local ou iniciar a construção do Terceiro Templo? Quão dominantes são esses pontos de vista, e quem são os judeus financiando essa agenda?
Perguntas para os muçulmanos: Por que o Waqf permite que os palestinos armazenem pedras e fogos de artifício no interior da Mesquita de Al Aqsa antes de confrontos? Se o Waqf não pode ou não quer manter a ordem no Monte do Templo, a segurança de Israel pode ser acusada de ir até a esplanada durante os confrontos?
A Autoridade Palestina, a Jordânia, ou qualquer outro país árabe reagiria de forma diferente se, por exemplo, jihadistas escondessem armas dentro de um local sagrado islâmico?
Com grupos como o ISIS destruindo locais sagrados em todo o Oriente Médio, o que o Islã realmente diz sobre o conceito e o status de locais sagrados para o Islã e outras religiões? Como isto se encaixa com facções palestinas pedindo às pessoas que defendam o Monte do Templo dos judeus?
O que significa que muçulmanos considerem o Monte do Templo o terceiro local mais sagrado? O que deveríamos entender quando os muçulmanos viram as costas para o Monte do Templo quando rezam em direção à Meca? O que depreender do fato de que Jerusalém nunca foi mencionado no Alcorão?
Quando pedido para definir a palavra ‘mártir’, o clérigo superior da Autoridade Palestina, Dr. Mahmoud Habbash, disse que um mártir (ou shahid) é “alguém que tenha sido morto em uma guerra contra os não-muçulmanos”, acrescentando que os palestinos estão em um “estado de guerra” com a “ocupação israelense”. Isso significa que os palestinos vêem o conflito no Oriente Médio como uma guerra religiosa inerente? É por isso que o Monte do Templo parece ser um ponto especialmente ideal para o incitamento palestino?
O que outros estudiosos religiosos judeus e islâmicos têm a dizer sobre tudo isso?
Eu não tenho respostas para todas essas perguntas. O Monte do Templo tem uma história muito complexa e os serviços de notícia são negligentes ao não lançarem luz sobre ele.
