Mais um confronto entre palestinos e o Exército de Israel foi alvo dos holofotes. Dessa vez no campo de refugiados palestino al-Fawwar, perto de Hebron.
As informações da AFP – usadas como única e exclusiva fonte por diferentes veículos (G1, UOL, Correio Braziliense, Zero Hora, etc.) – mostram o Exército de Israel entrando no campo à procura de uma fábrica de armas quando estoura o confronto com os palestinos (como? por quê?), deixando um deles morto e vários feridos.
A única explicação para o confronto dada ao público:
Os confrontos explodiram quando um importante comboio militar entrou no campo, onde vivem 10 mil pessoas.
Nada mais.
E, é claro, a descrição da vítima:
“Mohammed Abu Hashash, de 17 anos, morreu após ter sido atingido por tiros na região do peito durante confrontos no campo de Fawwar”, informou o ministério em um comunicado.
Nenhuma das notícias dá maiores explicações de como se deu o confronto, nem citam fontes israelenses sobre o caso, apenas o Ministério da Saúde palestino. Então, vamos fazer um resumo mais completo do ocorrido.
O Exército de Israel entrou no campo de refugiados al-Fawwar em uma operação contra-terrorismo em busca de suspeitos de envolvimento em ataques terroristas e armamentos ilegais que têm sido produzidos em diferentes pontos da Cisjordânia. Dentro do campo, muitos suspeitos foram presos e armas como revólveres, facas de comando, granadas, e munição, foram encontradas e confiscadas.
Durante a operação, o exército israelense foi abordado por jovens palestinos com pedras, blocos de concreto e explosivos. Os soldados, em retaliação, atiraram contra os principais instigadores, matando um deles.
O fato de que a vítima palestina tinha apenas 17 anos é lamentável, mas não causa espanto uma vez que os jovens palestinos são o maior alvo do incentivo ao terror. Nesta terça, foi revelado pelo Shin Bet, o serviço de segurança de Israel, que alguns palestinos foram presos por criarem células terroristas para atacarem israelenses a mando do Hezbollah. O chefe da célula na Cisjordânia tinha apenas 18 anos.
Este é mais um típico caso de “tudo começou quando Israel revidou”.
Ou será que os soldados deveriam esperar para ver se coquetéis molotov ou tijolos lhe causariam algum dano?
SOBRE OS REFUGIADOS PALESTINOS
No final das notícias, há um pequeno parágrafo sobre o campo de Fawwar que diz:
O campo de Fawwar foi instalado pela ONU em 1949, um ano depois da criação de Israel e a fuga ou expulsão de quase 800 mil palestinos de suas terras.
Primeiro, em 1948, ainda não existia o termo “palestinos”, apenas árabes da Palestina. Segundo, milhares destes árabes fugiram de Israel antes mesmo da Guerra de Independência, respondendo a um chamado de líderes dos países árabes para que saíssem do caminho, pois seria uma guerra devastadora, e a população árabe poderia retornar após a pretendida vitória. Quando Israel começa a ganhar as batalhas e a fuga dos árabes da Palestina se intensifica, os mesmos líderes começam a negar visto de entrada em seus países. Então foram criados os primeiros campos de refugiados de árabes da Palestina. (leia mais detalhes em: http://bit.ly/1pjDfDm)