No início do mês, Israel anunciou uma nova política: deportar ativistas do BDS que estejam atualmente no país ou tentando entrar no mesmo.
BDS significa “Boicote, Desinvestimento, Sanções”, e se autointitula como um movimento pelos direitos humanos com o objetivo de isolar Israel da comunidade internacional. O movimento tem sua maior força nos Estados Unidos, mas também encontra eco em universidades brasileiras e já fez emergir polêmicas com repercussão internacional – o apelo de Roger Waters (adepto do BDS) para que Caetano Veloso e Gilberto Gil não se apresentassem em Israel, no ano passado.
O fato é que após o anúncio da nova política por Israel, ativistas do BDS criticaram fortemente a decisão, chamando-a de”anti-democrática”, “irracional”, e falando em “repressão intensificada”.
Mas será que essas alegações são legítimas?
Apenas no ano passado, os Estados Unidos deportaram 235.413 pessoas. A média habitual é cerca de 400.000.
A lei nos EUA oferece uma variedade de razões para a deportação, incluindo pertencer a uma organização que apoia a “… oposição ao … ou derrubada do, Governo dos Estados Unidos …”. Outra regra permite a deportação de qualquer pessoa que o Secretário de Estado acredite que possa causar “consequências na política externa adversas e potencialmente graves para os Estados Unidos”.
A União Europeia e os Estados membros têm regras semelhantes e recusam a entrada de centenas de milhares de pessoas todos os anos.
Então, Israel não vai agir diferente.
Se você conhece as declarações públicas dos ativistas do BDS, a questão fica clara:
- O fundador do BDS, Omar Barghouti, diz: “Definitivamente, mais definitivamente nos opomos a um Estado judeu em qualquer parte da Palestina”. (Ele esclarece, no contexto, que por “Palestina”, ele quer dizer Israel inteiro, e não apenas um território particular).
- O professor de Ciência Política da CalState e líder do BDS, Assad Abu Khalil, diz: “O verdadeiro objetivo do BDS é derrubar o Estado de Israel“, e “isso deve ser tido como um objetivo claro”.
- Um ativista do BDS, John Spritzler, é curto e simples: “Israel não tem o direito de existir“.
Pode-se encontrar facilmente um grande número de declarações semelhantes de líderes e ativistas do BDS.
Assim, apesar da alegação de que o BDS é um “movimento de direitos humanos”, seus líderes deixam claro que o BDS é, na verdade, um movimento para destruir Israel e seu conceito de Estado judeu.
Importante frisar que o BDS nunca se opôs à existência de nenhuma das 57 nações muçulmanas do mundo, nem das 24 nações cristãs, nem das 6 nações budistas. Os ativistas do BDS destacam apenas a derrubada e destruição do único Estado judaico no mundo todo.
Quando questionados sobre sua obsessão em destruir o único país judaico do mundo, ativistas do BDS afirmam que estão preocupados com a ocupação israelense nas terras palestinas (mais uma vez, uma referência a Israel inteiro ao invés de um território em particular). Mas existem atualmente 124 governos em todo o mundo envolvidos em disputas territoriais, e o BDS não se opõe a nenhum deles. Exceto Israel.
Por último, os defensores do BDS recorrem a declarações imprecisas de apartheid e falsas analogias com os piores anos da África do Sul. O HonestReporting desbancou totalmente essas alegações neste vídeo:
Países do mundo todo emitem vistos de visita, trabalho, e outras atividades similares.
Mas não há nenhum país no mundo que emita um visto para pessoas defenderem a destruição do país que as está acolhendo, nem há qualquer país no mundo que fosse esperado dele permitir que uma pessoa ficasse depois de violar os termos de seu visto.
Muito simples: Israel segue e seguirá as mesmas normas que qualquer outro país na Terra.
