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Mídia Chama Combate ao Antissemitismo de Perseguição

No dia 30 de maio, o professor de Relações Internacionais da UNIP, Thomas de Toledo, publicou no site de esquerda “Portal Vermelho” o artigo “Os dedos de Israel e dos Estados Unidos no golpe brasileiro”…

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No dia 30 de maio, o professor de Relações Internacionais da UNIP, Thomas de Toledo, publicou no site de esquerda “Portal Vermelho” o artigo “Os dedos de Israel e dos Estados Unidos no golpe brasileiro” onde denunciava como Israel estaria controlando setores do novo governo brasileiro de Michel Temer através da alocação de sionistas no poder.

Poucos se atentaram ao fato de que Israel passou a controlar com seus sionistas três setores-chave do governo golpista: a Defesa (Raul Jugmann), a Inteligência (Sergio Etchegoyen) e o Banco Central (Ilan Goldfajn).

A este cenário também atribuiu a “chegada” da luta palestina ao Brasil.

Para quem achava que a luta palestina era um distante conflito no Oriente Médio, ele bateu às portas e chegou ao poder.

Para o professor, a luta palestina contra os sionistas de Israel agora também será travada no Brasil, como se os brasileiros tivessem de se juntar a esta luta uma vez que seu novo governo representa os interesses israelenses!?

Mas posto isto à parte, a confusa mescla de informações contidas nas declarações de Toledo deixou claro para a Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (FIERJ) que o caso se tratava de racismo e antissemitismo, levando à abertura de um processo contra o portal e o professor. O presidente da federação, Paulo Maltz, declarou:

Nós não permitiremos que pessoas isoladas ou partidos políticos ou canais de mídia que distribuem notícias pagas ou não pagas denigram a imagem do povo judeu.

A MÍDIA CONTRA-ATACA

Apesar da ação da FIERJ, a mídia voltou a tocar no assunto. O jornal online Brasil 247 veiculou um artigo dizendo que “Sionistas perseguem acadêmico que acusou Israel de atuar no golpe”. Os autores defendem que a denúncia da FIERJ constitui perseguição e censura a pessoas que fazem críticas à Israel e que a acusação de Toledo de antissemita seria injusta e leviana, assim como de outras personalidades como Roger Waters (nada mais nada menos que ativista assíduo do movimento BDS de boicote político, econômico e cultural à Israel), pois suas declarações não seriam direcionadas à comunidade judaica.

Estariam os judeus totalmente fora do foco das acusações contra Israel?

Sionismo designa o movimento pelo retorno do povo judeu a sua terra-natal e o restabelecimento da soberania judaica na Terra de Israel. Portanto, um sionista é uma pessoa que apoia o estabelecimento do Estado judaico na Terra de Israel para ser o Estado do povo judeu.

Raul Jugmann, Ministro da Defesa, e Sergio Etchegoyen, ministro do Gabinete de Segurança, são brasileiros e cristãos. O colunista do Globo Ancelmo Gois chegou a abordar a grafia como provável explicação para a referência dos ministros como sionistas, uma vez que seus sobrenomes assemelham-se aos sobrenomes judaicos. O terceiro, Ilan Goldfajn, novo presidente do Banco Central, tem dupla nacionalidade. É um judeu nascido em Haifa que mora no Brasil desde a infância e no país completou seu mestrado de economia na Pontifícia Universidade Católica (PUC). Goldjan já foi deputado do Banco Central e economista-chefe do banco Itaú.

Por que estariam dois brasileiros cristãos e um israelense/brasileiro – cuja excelência profissional não se deve a sua religião ou país de nascimento – representando Israel em seus cargos de ministros? A resposta é simples. Os três foram vinculados à origem judaica (dois erroneamente), consequentemente vinculados à identidade sionista e, por fim, vinculados a uma conspiração onde estes “judeus” estariam representando os interesses de Israel no governo brasileiro e teriam influenciado no afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff.

Estes portais precisam simplesmente aprender a diferenciar liberdade de expressão de afirmações preconceituosas. As minorias da sociedade não mais deixam barato.

 

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