O Estadão impresso mais uma vez criou uma matéria sobre os conflitos entre palestinos e o Exército de Israel, completamente montada de modo a distorcer causa e consequência, e vitimizar os atacantes.
A sessão Internacional da edição do último sábado veio com a seguinte matéria:
Mas quem são os palestinos da manchete e das fotos?
Trata-se de 4 palestinos que participavam de protestos violentos em diferentes lugares, onde palestinos atacaram as forças de segurança de Israel com fogo e pedras. O palestino que aparece nas fotos caído no chão é Muhammad Aqel, que esfaqueara um soldado israelense antes de morrer. Neutralizado após seu ataque, Aqel cai no chão e revela uma bomba (descoberta ser falsa depois) acoplada ao seu corpo, os soldados, prevenindo uma possível explosão suicida, mataram o atacante.
Mas nem os incessantes ataques de palestinos contra as forças de segurança de Israel, nem o esfaqueamento de um soldado, nem um terrorista aparentemente suicida, e muito menos os 16 foguetes lançados aleatoriamente contra áreas civis israelenses, parecem ter importância o suficiente para compor as manchetes da mídia ou aparecerem em fotos.
No caso do Estadão, a escolha é destacar o final da história, a morte dos que começaram os ataques, e ainda dar espaço em 4 takes diferentes, para um palestino agonizando no chão diante de soldados israelenses que na verdade era um terrorista suicida neutralizado.
O que pensa o leitor com tempo limitado que passa batido pela matéria dando atenção apenas para a manchete e sua foto? É fácil de imaginar…
Para os leitores, resta a responsabilidade de ler as letras pequenas, pois a mídia já não preserva a cronologia dos acontecimentos em suas manchetes e fotos, apenas a parte da história mais conveniente e mais dramática.
Mais uma vergonha para o Estadão.