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Fronteira de Gaza: Ficção Disfarçada de Notícia

Após cenas de violência na fronteira de Gaza na última segunda-feira, Israel foi acusada por seus críticos de vários crimes contra o povo palestino. Quem se beneficia das imagens de palestinos mortos e feridos? Há…

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Após cenas de violência na fronteira de Gaza na última segunda-feira, Israel foi acusada por seus críticos de vários crimes contra o povo palestino.

Quem se beneficia das imagens de palestinos mortos e feridos? Há apenas um vencedor nesta situação, e os israelenses certamente não comemoraram o derramamento de sangue. As imagens dos israelenses comemorando a mudança da embaixada dos EUA ao mesmo tempo, no entanto, criaram uma falsa imagem de insensibilidade por parte de Israel.

Para a organização terrorista Hamas, no entanto, a situação sempre foi um ganho: passar por cima das forças israelenses violando a cerca de segurança e permitir, assim, que terroristas palestinos ataquem israelenses, seria um ganho. Obter cenas de carnificina para colocar o mundo contra Israel seria uma vitória de relações públicas graças a uma mídia colaborativa.

Parece que o último cenário foi alcançado pelo Hamas e seus apoiadores.

Postagens do Facebook em árabe deixaram claro o que o Hamas pretendia.

Trad.: “Segunda de manhã começaremos nos juntando às 10:00 ao longo da rota Jacher, de Beit Hanoun até Rafah. A hora do início será anunciada, e depois disso todos os manifestantes começarão a ir em massa, com coração forte, até a cerca até que ela seja derrubada. A marcha será acompanhada por auto-falantes que manterão a multidão reunida e prevenir para que o grupo não se disperse. O avanço será por trás de uma escavadeira que derrubará a cerca, abrindo caminho para os manifestantes.

Pedimos aos manifestantes que por favor ajam de acordo com o pedido de trazer uma faca ou uma arma e escondê-las embaixo das roupas, e não usá-las a menos que seja necessário capturar soldados ou residentes de Israel. Pedimos que não os matem, mas os levem para as forças de resistência [terroristas do Hamas], já que eles são um importante objeto de barganha de que Israel tem medo.

É necessário agir e perseguir os atiradores de elite em suas posições. É necessário expor suas posições  e planejar ações contra eles cuidadosamente. Não se preocupe com os feridos e à beira da morte – eles serão cuidados pelas equipes médicas. Seu dever é agir sabiamente em solo e seguir instruções.”

Diante desse cenário, quais veículos de mídia cobriram os eventos de maneira justa e quais saltaram na onda da condenação?

Protestos “não violentos”?

Por semanas, os protestos na fronteira de Gaza, apesar de evidências do contrário, foram representadas como manifestações pacíficas à imagem de ícones como Gandhi e Martin Luther King.

A realidade, como relatada pelo jornal Washington Post, foi bem diferente:

Mas os protestos pareciam ter uma face mais violenta do que nas semanas anteriores. Alguns jovens trouxeram facas e cortadores de cerca. Em um ponto de encontro a leste da Cidade de Gaza, os organizadores pediram aos manifestantes através de alto-falantes, que arrebentassem a cerca, dizendo a eles que os soldados israelenses estavam fugindo de suas posições, mesmo quando eles as reforçavam.

(…)

Enquanto alguns disseram que iriam cumprir as chamadas oficiais de manter as manifestações pacíficas, outros falaram sobre seu entusiasmo em invadir Israel e causar estragos.

“Estamos animados para tumultuar e entrar”, disse Mohammed Mansoura, de 23 anos. Quando perguntado sobre o que ele faria dentro de Israel, ele disse: “Tudo o que for possível, matar, atirar pedras”.

Dois outros jovens carregavam grandes facas e disseram que queriam matar judeus do outro lado da cerca.

(. . .)

A grande maioria dos manifestantes estava desarmada, mas perto de um estacionamento, um homem pegou uma AK-47 e mirou em um drone israelense lançando panfletos. Ele soltou uma corrente de balas no ar e o derrubou. Mais tarde, mais tiros foram ouvidos enquanto facções palestinas discutiam sobre quem guardaria o drone abatido, disseram espectadores.

 

Apesar da abundância de evidências de uma séria ameaça à segurança israelense e à vida de civis israelenses localizados em comunidades a poucos metros da fronteira de Gaza, o foco recai no sofrimento palestino. Enquanto Israel defende suas fronteiras e impede que seus civis sejam atacados, o Hamas manda seu povo para o “abate” ao invés de protegê-lo, incitando-o a invadir Israel e atacar soldados. Israel responde e o resultado são jornalistas com opiniões completamente distorcidas.

O âncora do Globonews em Pauta, Sérgio Aguiar, por exemplo, ao ser questionado sobre a iluminação do Cristo Redentor com as cores da bandeira de Israel, em homenagem aos 70 anos do país, disse:

Eu acho que a arquidiocese poderia ter reavaliado diante das imagens tão cruéis que aconteceram hoje, que a gente mostrou, de mortes de quase 60 palestinos e milhares de pessoas feridas.”

Imagens “cruéis” de palestinos mortos durante sua participação em uma marcha com o objetivo claro e comprovado de invadir Israel e atacar israelenses, fazem o âncora de um programa de notícias fazer tamanha declaração enviesada para o público. O alvo de uma marcha que prega e age para atacá-lo, defende suas fronteiras e seus cidadãos e, segundo Aguiar, não é digno de ter seu aniversário homenageado…

O serviço de segurança de Israel, Shin Bet, emitiu um comunicado explicando como o Hamas havia orientado seus atiradores a esperar pela oportunidade que uma brecha na cerca pudesse apresentar:

Há uma proibição de que os militantes do Hamas se aproximem da fronteira, por medo de que sejam mortos ou capturados por tropas da IDF, a menos que a cerca de segurança caia e então eles devem entrar, armados, em Israel sob a cobertura das massas e realizar ataques terroristas.

Hamas se esconde atrás de crianças palestinas

É trágico que crianças palestinas acabaram morrendo ou sendo feridas na marcha. (A mídia citou autoridades de saúde filiadas ao Hamas em Gaza, dizendo que seis dos palestinos mortos por tiros eram menores). É também profundamente perturbador que um bebê esteja entre os mortos, como resultado da inalação de gás lacrimogêneo.

A mídia, no entanto, não questionou por que crianças e bebês palestinos foram trazidos ou encorajados a participar de um evento que inevitavelmente terminaria em violência e risco de vida.

Para o Hamas, o sacrifício de crianças é um bônus.

A mudança da embaixada dos EUA como falso catalisador da violência

Mudar a data do ponto culminante da “Marcha do Retorno” transformou-se em um grande golpe de relações públicas para o Hamas, que obteve exatamente o que queria da cobertura da mídia.

Não foi apenas sobre pegar uma carona na cobertura da cerimônia oficial que marcou a mudança da embaixada dos EUA para Jerusalém. Reportagens ao vivo mostraram telas divididas simultaneamente mostrando americanos e israelenses comemorando junto com cenas de violência de Gaza.

Isso criou uma falsa imagem de causa-consequência, ligando a violência à mudança da embaixada quando há semanas o Hamas vem incitando à violência e invasão de Israel. Também criou uma impressão de insensibilidade israelense e americana às mortes que ocorriam a apenas alguns quilômetros de distância.

Trad.: “37 mortos nos protestos em Gaza antes da abertura da embaixada”

Para alguns meios de comunicação e comentaristas, os protestos foram pouco sobre os objetivos genocidas do Hamas ou até mesmo as exigências de um “direito de retorno” que alimentou a violência. Foi tudo sobre a mudança da embaixada.

Falsas causas, falsas histórias

Muitos meios de comunicação não conseguiram se aprofundar nas causas da violência além de análises superficiais da mudança da embaixada dos EUA, e dos protestos simbólicos do Nakba, Dia da Catástrofe. E com os motivos superficiais vieram as explicações tendenciosas. O UOL explica a importância de Jerusalém oriental e do Nakba para os palestinos:

A parte oriental de Jerusalém nunca foi apontada pela ONU como parte do território árabe no Plano da Partilha. Toda Jerusalém seria internacionalizada uma vez que judeus, cristãos e muçulmanos viviam ali e ali estavam seus locais sagrados. Foi sob estes termos que Israel declarou sua independência e, no dia seguinte, foi atacado pelos países árabes. Até o acordo com a Jordânia em 1949, que estabeleceu linhas de armistício, não havia uma divisão dentro de Jerusalém. Esta ilusória divisão só aconteceu depois que a Jordânia violou o acordo com Israel, expulsou e/ou matou todos os judeus que viviam na porção oriental e a cercou ilegalmente com muros e arame farpado. Entenda o mito da divisão de Jerusalém neste vídeo.

Já o Nakba – o “êxodo” palestino – é a consequência de uma guerra que os próprios árabes começaram. Nenhum árabe palestino fora removido para que Israel fosse criado; Ao contrário, Israel foi criado abrangendo toda a população que vivia nos territórios designados para o país pela ONU, que incluía árabes.

A história se repete

Enquanto as chamas dos pneus queimados diminuem, e a fumaça negra desaparece do ar ao redor da fronteira de Gaza, Israel enfrenta um novo ataque – um que já viu em muitas ocasiões – um ataque à sua legitimidade e à sua imagem pública.

E o Hamas celebra sua vitória de relações públicas, continuando a transformar os palestinos em carne de canhão.

 

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