Na edição do Jornal Nacional da última quinta-feira, o programa dedicou 4 minutos ao ataque terrorista em Nice e relembrou os outros ataques que atingiram a França no último um ano e meio.
Foram lembrados os diferentes ataques terroristas: ao jornal Charlie Hebdo, que matou parte da equipe de redação; o ataque a uma policial da periferia de Paris, assassinada a tiros ; o ataque ao supermercado judaico Hypercasher, que matou 4 judeus; os sete ataques que ocorreram simultaneamente no dia 13 de novembro de 2015, incluindo explosões no Stade de France e 130 mortes na casa de shows Bataclan.
Mas espere! Uma parte destas informações não foi divulgada dessa maneira. E se você pensou no mercado kasher, você acertou. Isto é o que a reportagem apresentou, apenas isto:
No dia seguinte, invadiu um mercado, fez reféns e matou quatro deles.
O ataque foi a um mercado qualquer e matou quatro pessoas aleatórias?
Não Jornal Nacional. O ataque foi a um mercado de produtos ‘kasher’, consumidos por judeus, e as vítimas são quatro judeus que faziam compras no momento. E o ataque foi deliberado exatamente porque judeus são um dos alvos dos terroristas islâmicos (ou apologistas de suas ideias). Esta é a informação principal que deveria ter sido citada, assim como foi explicado que o jornal Charlie Hebdo foi atacado por publicar charges do profeta Maomé.
Para completar, a imagem do mercado veiculada na reportagem tem simplesmente a sua fachada com o nome HYPERCACHER tampada por um letreiro.
Uma total falta de profissionalismo e clareza de informações por parte do Jornal Nacional, em uma reportagem tão importante. Para o programa nacional do horário nobre da Globo, o jornal deixa totalmente a desejar.
Imagem em destaque: Yonatan Sindel/Flash90