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Newsweek cria elo sensacionalista entre o incêndio de Notre Dame e a Mesquita de Al Aqsa no Monte do Templo

Foto por Yossi Zamir / Flash 90 com adições por HonestReporting Em um exemplo típico de clickbait a Newsweek publicou uma manchete comparando um incêndio pequeno e rapidamente apagado perto da Mesquita de Al Aqsa…

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Temple MountFoto por Yossi Zamir / Flash 90 com adições por HonestReporting

Em um exemplo típico de clickbait [conteúdo (título, imagem, etc.), geralmente de carácter sensacionalista, polêmico ou chamativo, apresentado com o principal propósito de atrair a atenção e de levar quem lê a abrir determinada hyperlink] a Newsweek publicou uma manchete comparando um incêndio pequeno e rapidamente apagado perto da Mesquita de Al Aqsa com o avassalador incêndio de Notre Dame.

Com o vídeo das chamas tomando a Catedral de Notre Dame, o artigo da Newsweek provocou reações dramáticas nas mídias sociais, pois os leitores não tinham idéia da verdade e acreditaram que um incêndio também estava ocorrendo no Domo da Rocha com sua cúpula dourada quando na verdade os fatos eram felizmente estes publicados no Jerusalem Post:

“O incêndio irrompeu no quarto da guarda do lado de fora do telhado da Sala de Oração Marwani”, segundo a agência de notícias Wafa. O fogo foi rapidamente apagado pelo Waqf sem lesões ou danos internos relatados.”

Ora, isso, um incêndio que foi apagado em sete minutos foi o que a Newsweek achou por bem comparar ao inferno destrutivo em Notre Dame?

Não só tratou-se de um mero princípio de incêndio como também este nunca ocorreu dentro do Domo da Rocha, como as imagens compartilhadas nas redes sociais quiseram deixar entender.

O princípio de incêndio, na verdade, ocorreu na cabine de segurança do lado de fora da Mesquita Marwani que o Waqf (o corpo jordaniano que administra o local) construiu em 1996 após uso ilegal de escavadeira sob o Monte do Templo.em um sítio arqueológico conhecido como os Estábulos de Salomão.

Os arqueólogos acreditam que o solo ilegalmente escavado na ocasião continha artefatos judaicos antigos datando de 3.000 anos, que foram definitivamente perdidos.

Grande parte do conflito israelense-palestino versa sobre a terra. Há fortes laços cristãos, muçulmanos e, de fato, judeus com a região. Mas essa parcela de terra é ainda mais repleta de História, simbolismo e significado, não apenas para os judeus e palestinos que vivem em Israel, mas para muitas pessoas ao redor do mundo, essa parcela de terra é o Monte do Templo.

O MONTE DO TEMPLO

Essa esplanada em forma de trapézio de uma superfície de 37 acres é a mais sensível em Israel, talvez seja também a região mais sensível do mundo.

Seu monumento mais proeminente é o icônico Domo da Rocha (Dome of the Rock) com sua vistosa cúpula dourada. Dentro está a Pedra Fundamental, que muitos acreditam ser a localização do Santo dos Santos.

Assentada na extremidade sul da praça fica a Mesquita Al-Aqsa.

No fundo do lado ocidental de um muro de contenção em torno do Monte do Templo fica o Muro das Lamentações ou Muro Ocidental (Western Wall).

Todos os dias, peregrinos de todo o mundo chegam a Jerusalém em busca de Deus, ou pelo menos a procura de algum tipo de experiência espiritual.

A uma curta distância do Monte do Templo estão o Monte Sião, o Monte das Oliveiras, a Igreja do Santo Sepulcro, a Via Dolorosa, o Poço de Siloé, o túnel de Ezequias e outros tantos locais associados a Bíblia.

Com tantos lugares sagrados e históricos, por que o Monte do Templo é o lugar que mais desperta paixões e é mais propício a incendiar as opiniões?

Os laços judeus com o Monte do Templo são profundos. Na tradição judaica, o Monte do Templo é considerado o local mais sagrado do mundo, o local do Primeiro e do Segundo Templo respectivamente construídos pelo Rei Salomão e Zorobabel. O marco zero seria o Santo dos Santos, o santuário interno do Templo, no qual o Sumo Sacerdote só entrava uma vez por ano.

Conhecida em hebraico como Har HaBayit (Monte do Templo) ou Har HaMoriah (Monte Moriah), a santidade do Monte do Templo é profundamente transcendente, porém existe hoje uma grande restrição às visitas de judeus. O local mais próximo do templo onde a grande maioria dos judeus reza é o Muro das Lamentações (Muro Ocidental do Templo de Salomão), um muro de contenção em volta do Monte do Templo.

A Pedra Fundamental (Mesmo ha-Shtiyya em hebraico), que está dentro do Domo da Rocha, é considerada por muitos como o local onde a Arca da Aliança estava, dentro do Santo dos Santos, o primeiro lugar onde a terra apareceu, no.terceiro dia da criação, e o lugar onde Abraão preparou seu filho Isaac para o sacrifício.

De acordo com a tradição judaica, o terceiro e último templo será construído lá também.

Para os muçulmanos, o Monte do Templo é conhecido como Haram al-Sharif (o Nobre Santuário). A mesquita Al Aqsa é o terceiro local mais sagrado do Islã.

Grande parte da importância do Monte do Templo se embasa na história da Jornada Noturna do profeta Maomé. De acordo com o Islã, Maomé voou de Meca para Jerusalém em um cavalo alado que pousou no topo do Muro Ocidental. No local da mesquita de Al-Aqsa, Maomé liderou os profetas em oração. Da Pedra Fundamental, ele subiu ao céu e se reuniu com outros profetas antes de retornar a Meca.

O Domo da Rocha está entre as obras mais antigas da arquitetura islâmica existentes e sua cúpula dourada brilhante é a imagem mais icônica associada a Jerusalém hoje. Em árabe, o Muro das Lamentações é chamado o Muro de Buraq (Hait al-Buraq) depois do cavalo.

Para os cristãos, o templo é onde Jesus foi encontrado em tenra idade debatendo a lei com os anciãos rabínicos (o Encontro no Templo), e onde ele mais tarde expulsou os cambistas e vendedores (a Purificação do Templo).

As raízes judaicas históricas do cristianismo fazem do Monte do Templo um local de peregrinação muito popular. Embora não tenham um papel formal na administração do local sagrado, os líderes da igreja acompanham de perto os acontecimentos no Monte do Templo e frequentemente falam sobre questões relativas ao seu status quo. Os restos de um mosaico da era bizantina encontrado sob a Mesquita Al-Aqsa – a única escavação arqueológica já realizada por lá – são considerados como os vestígios de uma igreja ou de um mosteiro.

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