Desde ontem à noite, o Hamas já lançou quase 200 foguetes aleatórios contra Israel, ferindo pelo menos sete israelenses e danificando residências, empresas e infraestruturas nas comunidades do sul.
O sistema de defesa antimísseis israelense, Domo de Ferro, que tem como alvo apenas mísseis projetados para cair em comunidades, destruiu pelo menos 30 projéteis. Imaginem o caos e as perdas que haveria se Israel não tivesse criado o Domo de Ferro?
Apesar do sistema, seis foguetes explodiram na cidade de Sderot, incluindo dois que atingiram casas e um que atingiu uma fábrica. Outro atingiu uma casa no conselho regional de Hof Ashkelon. Em todos os casos, os foguetes causaram danos, mas não causaram mortes, pois as sirenes levaram os civis à refugiarem-se em abrigos anti-bomba a tempo.
Sirenes foram ouvidas em várias comunidades israelenses, milhares de famílias passaram a noite nos abrigos. Uma mulher ficou gravemente ferida quando um foguete atingiu sua casa.
Várias pessoas foram tratadas depois de sofrerem ataques de pânico, incluindo duas mulheres grávidas na cidade de Sderot, que entraram em trabalho de parto prematuro.
Em resposta aos foguetes, a Força Aérea de Israel (IAF) atingiu mais de 150 alvos militares do Hamas na Faixa de Gaza, incluindo dois túneis terroristas. Um dos bombardeios matou uma mulher grávida e sua filha (as circunstâncias não foram informadas), e um combatente do Hamas, que estava dentro de um carro usado pelo Hamas para o lançamento de foguetes.
O Exército de Israel fechou estradas e linhas de trem, cancelou acampamentos de verão e instruiu os moradores para que permaneçam próximos a abrigos antiaéreos.
A mídia brasileira relatou os acontecimentos, e nós destacamos alguma matérias inacreditáveis:
Vejam bem: o confronto começa porque o Hamas dispara inúmeros foguetes contra Israel, mas a melhor manchete que o Estadão consegue fazer diz que o confronto se deu “na Faixa de Gaza” e não cita absolutamente nada do lado israelense, onde o confronto começou.
Se a própria matéria começa dizendo que o Hamas disparou foguetes e Israel atacou em resposta, como pode uma manchete que coloca Israel como único atacante e nem ao menos menciona os foguetes do Hamas?
Mas o prêmio de jornalismo sensacionalista vai para a Folha de São Paulo:
Imagine o leitor que passa o olho na manchete, mas não clica para ler a matéria (o que acontece muito), o que ele irá pensar? Que Israel simplesmente acordou e resolveu bombardear grávidas e crianças aleatoriamente em Gaza?
É claro que a morte de uma mulher grávida e de um bebê é algo trágico, e é trágico também saber que grávidas e bebês andam pelas áreas militares do Hamas, ou melhor dizendo, que os postos do Hamas encontram-se em áreas civis. Mas pegar esta informação para compor uma manchete tendenciosa que encabeça uma história muito mais complexa do que isso, não faz juz a um jornalismo ético e imparcial, e não informam o leitor.
Além disso, não vemos uma explicação sobre o lado dos feridos israelenses nas matérias, nem sobre os mais feridos, nem sobre as casas destruídas, nem sobre as mulheres grávidas que tiveram ataque de pânico e entraram em trabalho de parto prematuro. É uma completa omissão seletiva de acontecimentos.
Em resumo, mais uma vez os ataques com foguetes do Hamas contra a população israelense não foram importantes o suficiente para a mídia destacar em suas manchetes. Nem o fato de que o lado israelense foi atacado primeiro, nem que houveram estruturas civis destruídas ou civis machucados.
Manchetes precisam ser imparciais e trazer um resumo dos dois lados da moeda e não apenas focar em um deles e esquecer o outro ainda mais quando o lado esquecido é justamente o que começou o confronto. Por que o duplo-padrão?