Ao relatar sobre uma operação do Exército de Israel esta semana, alguns jornais absurdamente retrataram um terrorista como uma vítima, e as forças israelenses que tentavam prendê-lo, como atacantes. Um festival de linguagem ambígua.
O que realmente aconteceu?
Forças de segurança israelenses rastrearam Mohamed al Fakih, o terrorista que assassinou o rabino Miki Mark no início deste mês. A operação de prisão transformou-se em um tiroteio quando Fakih, juntamente com toda uma célula armada de terroristas, abriu fogo contra a IDF. Fakih tinha transformado sua casa em uma base armada.
Os soldados israelenses responderam com fogo, e depois de uma longa troca de tiros, Fakih morreu no tiroteio que ele mesmo começou.
O que apareceu na mídia:
O jornal Correio Braziliense e o Portal de Notícias UOL repercutirem a mesma notícia com a terrível manchete:
Como se não fosse o bastante, o jornal de Brasília coloca como subtítulo:
Um comboio militar entrou na localidade de Surif, no noroeste de Hebrón, por volta das 23h00, e saiu às 06h00 levando o corpo do palestino morto, indicou um fotógrafo da AFP no local
Ou seja, para quem lê a notícia até aí, o carrasco Exército de Israel entrou na cidade de Surif, matou um palestino à sangue-frio e foi embora com o corpo sem maiores explicações.
No meio da notícia, fala-se que “os soldados cercaram a casa onde o palestino estava e horas depois lançaram o ataque, apoiados por escavadeiras que destruíram parte do edifício de vários andares, de onde foram disparados tiros”. E depois, “durante a operação para deter Mohammed Faqih, ele morreu em um tiroteio com os soldados”.
Mas o Exército de Israel não começou o ataque como a notícia dá a entender. Faqih e seu grupo começaram disparos contra os soldados de dentro da casa e estes retaliaram. Apenas após o tiroteio, o exército destruiu parte da casa, entrou e encontrou o corpo baleado do terrorista.
Se é sabido o tempo todo que o Exército de Israel cercou a casa em uma operação para prender o terrorista e que este foi morto em um tiroteio que ele mesmo começou, por que não dizer isso no título ou no subtítulo? E por que não explicar logo no subtítulo, que o palestino em questão era um assassino terrorista?
Outros jornais também distorceram os fatos
A manchete do Terra foi um pouco melhor dizendo que o palestino morreu em um tiroteio, mas também falhou ao não relatar que ele era um terrorista procurado.
A notícia, no entanto, é de uma grotesca falta de clareza nas informações: O palestino morreu “em uma operação para capturar as pessoas que mataram no início do mês um colono judeu”. Onde está a informação de que o palestino em questão é a pessoa que matou o colono judeu?
Mas para o jornal, nem terrorista confirmado o palestino é.
O tiroteio aconteceu na aldeia de Surif, oeste de Hebron, quando forças israelenses invadiram o local para prender o suposto assassino do rabino Michael Mark
Na manchete do jornal português Correio da Manhã, o palestino morto também não passava de um suspeito.
Mas na notícia, o esclarecimento:
“Um terrorista responsável pelo ataque em que foi assassinado o rabino Michael Mark a 01 de julho foi morto na noite de terça para quarta-feira durante uma troca de tiros com soldados”, lê-se no comunicado.
Se a própria notícia fala que o palestino era responsável pela morte do rabino, por que chamá-lo de suspeito na manchete?
Quando a mídia não chama o palestino morto de terrorista e ainda se refere a ele como um suspeito, ela acoberta a brutalidade do ataque terrorista que ele cometeu.
Mas acima de tudo, transformar terroristas em vítimas, e vítimas em agressores, encoraja pretensos terroristas em todos os lugares.
Nós merecemos algo melhor.