Na última terça-feira de manhã, a Jihad Islâmica e o Hamas lançaram foguetes contra Israel. Na parte da tarde, os egípcios pediram que as lideranças palestinas suspendessem o ataque. Estas responderam dizendo que suspenderíam mediante uma declaração formal de trégua do exército israelense (IDF). Israel se recusou e disse que não chegaria a nenhum entendimento com o Hamas e a Jihad Islâmica enquanto eles continuassem atirando.
As organizações palestinas, então, lançaram dezenas de foguetes e morteiros à noite e no início da madrugada de quarta. A IDF, em resposta, atacou dezenas de alvos do Hamas. Por volta de 1h da manhã, as lideranças palestinas informaram ao Egito que suspenderíam unilateralmente o fogo, assumindo que Israel daria então a trégua – como o fez.
A completa distorção da Veja
A Veja online noticiou os acontecimentos entre Israel e Gaza nos últimos dois dias de uma forma completamente distorcida e confusa, dando a entender ao leitor que Israel começou a escalada de violência mesmo depois de o lado palestino oferecer uma trégua. Veja a lógica da revista:
Sim, Israel e Hamas entraram em conflito na madrugada de quarta-feira. Esta manchete neutra não explica ao leitor que o conflito não começou de madrugada, não explica como o conflito começou ou por quê. Continuemos…
“Antes dos ataques de hoje [quarta de madrugada]”, sim, mas faltou incluir que o anúncio de cessar-fogo foi feito ainda na terça enquanto a organização terrorista palestina atacava Israel com foguetes. É claro que Israel não reconheceu o cessar-fogo, pois não houve cessar fogo por parte do Hamas e da Jihad Islâmica.
E então, uma foto de Gaza bombardeada…
(Por que não mostram os estragos no lado israelense?)
Aqui há uma inversão na cronologia das informações. Primeiro Israel foi alvo de projéteis, o que desencadeou as “hostilidades” e depois, em resposta, Israel atacou as posições do Hamas. Além disso, os bombardeios de Israel não ocorreram “apesar do anúncio de uma trégua pela Jihad Islâmica”, eles ocorreram porque a trégua anunciada nunca foi dada. Pelo contrário, a Jihad e o Hamas aumentaram o lançamento de foguetes, mesmo depois de falsamente anunciar um cessar-fogo.
O HonestReporting entrou em contato com a Veja para pedir uma matéria mais esclarecedora.
