A condenação do soldado do Exército de Israel (IDF), Sargento Elor Azaria, pelo homicídio de um terrorista palestino gerou uma série de manchetes tendenciosas na imprensa brasileira. O terrorista havia atacado e esfaqueado um soldado israelense antes de ser baleado e ferido.
Um processo jurídico completo decidiu que a ação de Azaria de atirar no terrorista depois que ele já havia sido neutralizado equivale a homicídio culposo. No entanto, embora não devamos diminuir a seriedade do ato de Azaria, muitas manchetes têm retratado o terrorista como um indivíduo completamente inocente, removendo assim o contexto vital.
Por que as manchetes são tão importantes? A maioria das pessoas simplesmente “passam o olho” rápido pelas manchetes, tanto em jornais quanto nas mídias sociais, e não lêem a maioria dos artigos que aparecem. Assim, para muitos leitores casuais que não seguem de perto o conflito árabe-israelense, tudo o que sabem sobre os acontecimentos no Oriente Médio vem a partir das manchetes e alertas de artigos que eles não lêem.
Ontem, o HonestReporting exigiu que o O Globo corrigisse sua manchete que tratava o terrorista como um simples palestino:
Vejam a diferença no entendimento do leitor que faz uma manchete+subtítulo com informações completas. O palestino não era uma simples vítima inocente. Houve um contexto por detrás do ato de Azaria e este contexto é o que levou a um julgamento de meses de duração.
Mas outros veículos e programas de TV publicaram a mesma manchete tendenciosa, onde trataram o terrorista como uma simples vítima:
O Jornal Nacional, onde inclusive a âncora Renata Vasconcellos foi incapaz de passar o perfil correto do terrorista no início da reportagem. Ela fala, “Um soldado de Israel acusado de matar a tiros um palestino que estava ferido foi condenado hoje por homicídio num julgamento que dividiu o país.”
E tantos outros veículos:
O programa da Rede Globo, Hora 1: Primeiro-ministro de Israel pede perdão a soldado culpado por morte de um palestino.
O Estado de Minas e o Diário de Pernambuco: Soldado israelense que matou palestino é considerado culpado de homicídio.
O Terra: Soldado israelense que matou palestino é condenado por homicídio.
O UOL: Soldado israelense que matou palestino imobilizado é condenado por homicídio.
Etc.
Aos olhos dos detratores de Israel, estas manchetes mostram que não foi Elor Azaria em julgamento, mas toda a IDF e até mesmo Israel, que executou o palestino. Ao remover contexto vital das manchetes para sugerir que soldados israelenses atiram em palestinos feridos, mobilizados e incapacitados, é claro, a mídia cria seus próprios julgamentos tendenciosos e imprecisos.
Foto: Miriam Alster/FLASH90