A construção de textos nas manchetes é o fator mais importante para passar a mensagem da matéria ao leitor. E muitas vezes, pequenas construções cheias de significado passam despercebidas, mas se pararmos para pensar, veremos o quão cruciais elas são para formar uma ideia/opinião na cabeça do leitor.
Em outubro, o terrorista palestino Ashraf Na’alwa matou Ziv Hajbi e Kim Yehezkel, dois israelenses que trabalhavam com ele em uma fábrica na região industrial de Barkan. Ashraf, na ocasião, apareceu nas câmeras de vigilância fugindo do local, e após dois meses de busca, o Exército de Israel (IDF) o encontrou e o matou em uma troca de tiros.
Alguns dias depois, a IDF seguiu com o procedimento padrão de demolir casas de terroristas.
Sobre a demolição, a IstoÉ escreveu:
Ashraf não foi “acusado de matar”, ele foi flagrado em câmera e muito bem identificado. Quando a IstoÉ diz que ele foi acusado, a revista redime um pouco de sua culpa, o inocenta um pouco, e passa a idéia de que Israel fez algo ruim contra alguém que pode ser que seja inocente.
A manchete deveria aparecer assim:
Não caiam no jogo das manchetes da mídia, sempre desconfie de que há muito mais do que a manchete conta.