No dia 19 de novembro de 2018, o Airbnb, Inc. (serviço de hospitalidade online amplamente conhecido) anunciou:
…concluímos que deveríamos remover listagens em assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada, que estão no centro da disputa entre israelenses e palestinos.
Em suma, judeus israelenses que vivem na Judéia e Samaria (a “Cisjordânia”) não podem mais alugar suas casas e apartamentos através da plataforma Airbnb. Muçulmanos, cristãos e cidadãos da Autoridade Palestina, no entanto, estão livres para continuar fazendo isso: o boicote visa apenas judeus.
Atualmente, o Airbnb não boicota qualquer outro país nem tem como alvo qualquer outra disputa. Michael Oren, ex-embaixador de Israel nos Estados Unidos, disse:
Airbnb põe apartamentos de judeus na Judéia e Samaria, na lista negra – não apartamentos palestinos, não apartamentos no Chipre ocupado pelos turcos, no Saara ocupado pelos marroquinos, não no Tibete ou na Crimeia. A política do Airbnb é a própria definição de antissemitismo. Ninguém deveria usar seus serviços.
O anúncio levou a uma intensa discussão sobre se a decisão é discriminatória ou mesmo antissemita. No entanto, a cobertura da mídia ocidental negligenciou um fato crítico: a decisão é ilegal.
A Constituição dos Estados Unidos, bem como numerosos atos do Congresso e várias leis estaduais, proíbem indivíduos e corporações americanas de participarem de boicotes contra países estrangeiros. Em suma, um boicote privado contra um governo estrangeiro não é “liberdade de expressão” como os boicotes domésticos do Movimento dos Direitos Civis, mas sim uma ferramenta de governo que – assim como a guerra, é reservada apenas ao governo federal.
Airbnb como uma “plataforma de mídia”
Nesta era online, as empresas não apenas vendem produtos, mas também se comunicam com seus milhões de clientes por meio de plataformas online. Quando uma empresa dessas comunica uma mensagem política, os clientes ouvem. Quando essa mensagem está relacionada a um tópico no qual a empresa tem credibilidade, muitos acreditam.
Neste caso, o Airbnb tem 15 milhões de seguidores no Facebook, 670.000 no Twitter e 590.000 no seu próprio fórum da comunidade.
O Airbnb também conta com 150 milhões de usuários em seu aplicativo e website, e mais pessoas acessam seu site todos os dias do que assistem às transmissões de notícias no horário nobre da CNN ou BBC.
O Airbnb tem uma credibilidade significativa na questão de viagens: incluindo segurança, conveniência e, neste caso, possivelmente até moralidade. Então, quando o Airbnb anuncia em suas várias plataformas de mídia que boicotes contra Israel são a chave para a paz no Oriente Médio, milhões de pessoas estão ouvindo.
A comunicação corporativa online é uma forma relativamente nova e surpreendentemente poderosa de mídia que não podemos ignorar.
Ação legal
O boicote do Airbnb viola várias leis americanas, e organizações pró-Israel estão preparando ações legais contra a decisão. Nós também lidamos com ações legais contra meios de comunicação quando apropriado. Por exemplo, em 2012 o HonestReporting iniciou procedimentos legais e fez com que o jornal The Guardian revertesse sua política de alegar que Tel Aviv é a capital de Israel.
E agora estamos abrindo processo mais uma vez: desta vez através do Escritório Antiboicote dos Estados Unidos (o “OAC”), que aplica numerosas leis antiboicote americanas.
Se for considerado violação de leis relevantes, o Airbnb pode estar sujeito a multas significativas, consequências fiscais ou até mesmo ações criminais. Por meio de seus atos ilegais, a plataforma está até mesmo arriscando sua capacidade de fazer negócios nos Estados Unidos.
Para ver nossa reclamação para o OAC, clique AQUI.
E acompanhe esse post para mais atualizações sobre a ação do HonestReporting contra a política discriminatória e ilegal do Airbnb em relação a Israel.