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O Globo e a Semana de 50 Anos da Guerra dos Seis Dias

Esta semana se comemora os 50 anos da Guerra dos Seis Dias, e a cobertura do jornal O Globo sobre os acontecimentos de junho de 1967 tem sido intensa e, é claro, discutível. Vejamos algumas…

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Esta semana se comemora os 50 anos da Guerra dos Seis Dias, e a cobertura do jornal O Globo sobre os acontecimentos de junho de 1967 tem sido intensa e, é claro, discutível. Vejamos algumas matérias em destaque:

 

“Descrença no retorno à terra de origem aumenta entre refugiados palestinos”

Uma matéria produzida originalmente pela AFP, traduzida e levemente modificada pelo O Globo, que descreve as lembranças de palestinos que saíram da Cisjordânia na época da guerra e hoje vivem como refugiados na Jordânia. Sobre o “direito de retorno dos refugiados” fala:

Palestinos não foram expulsos pela criação de Israel, mas sim pela guerra que os líderes dos países árabes vizinhos iniciaram contra o recém-criado Estado judeu nas fronteiras propostas pela ONU. A própria matéria original coloca em termos diferentes: “Os palestinos pedem um “direito de retorno” às casas das quais suas famílias fugiram ou foram expulsas por ambas as guerras de 1948 durante a criação de Israel e novamente em 1967.”

Por que modificar o texto a ponto de implicar que a criação de Israel é o fator expulsor?

Sobre outro refugiado, a matéria cita:

E por que existem postos de controle atualmente? Durante a chamada “Segunda Intifada”, terroristas palestinos mataram uma média de 200 israelenses por ano e feriram milhares. No entanto, quando Israel construiu a barreira de separação e começou a realizar verificações de segurança sobre palestinos entrando em Israel, as mortes e lesões israelenses diminuíram em aproximadamente 90%. Em resumo: os postos de controle são necessários e salvam vidas, mas esta abordagem nunca aparece na mídia que se esforça para ilustrar postos de controle como um instrumento “opressor”.

 

“Seis dias que moldaram o Oriente Médio”

O autor Breno Salvador passa informações infundadas na sua descrição dos acontecimentos durante os 6 dias de guerra:

  1. Mapa de 1947 com plano para “Estado palestino”

A ideia de um Estado independente palestino só surgiu em 1964 com a criação da OLP. Em 1947, a ONU propôs apenas um “Estado árabe” para os árabes da Palestina.

  1. Quem viveu em Jerusalém Oriental durante a história?

Jerusalém Oriental nunca fora ocupada somente por árabes, os judeus sempre moraram ali até serem completamente expulsos pelos jordanianos em 1949.

  1. Para Nasser, a culpa também recaía sobre os EUA, a quem acusou de ajudar Israel com o fornecimento de equipamento militar.”

Aqui cabe um parêntesis: os EUA nunca ajudaram Israel na guerra de 1967, Nasser mentiu em sua acusação. Israel ganhou a guerra pela rapidez com que conseguia reabastecer seus aviões.

  1. “O país endureceu em seus conflitos militares”…

Israel nao endureceu em seus conflitos militares… a guerra em Gaza não foi mais forte que as outras guerras no passado. E 2.200 palestinos soa um tanto trágico quando o leitor não sabe que a esmagadora maioria dessas “vítimas” se tratava de terroristas.

  1. Fatah democrático?

Aqui Breno tenta passar a ideia de um Fatah moderado e democrático comparado com um Hamas radical e terrorista. Mas o Fatah nunca foi verdadeiramente democrático e/ou moderado. O Fatah perpetuou dezenas de ataques terroristas contra israelenses, principalmente de 1965 até 1993, e mesmo hoje, continua fomentando o terrorismo através do pagamento de salários a palestinos que ataquem israelenses.

  1. Quem violou os “acordos de partilha” da ONU?

Breno cita o chefe do Departamento de Relações Internacionais da UERJ: 

— O conflito impulsionou um forte movimento nacionalista religioso em Israel, que pressiona o Estado pela anexação da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, territórios ocupados desde a guerra, em violação aos acordos de partilha aprovados pela ONU — conta Santoro.

Esta declaração é completamente enviesada, pois se os acordos de partilha da ONU foram violados por alguma razão, esta razão é a recusa dos líderes árabes em aceitar a partilha e a criação de um Estado judeu cuja independência ocorrera dentro dos limites estipulados pela ONU. As mudanças territoriais ocorridas entre 1948 e 1967 foram produto de guerras que os árabes começaram.

  1. “boicote por grupos que defendem o bloqueio econômico pela ocupação”

Já dizia o fundador do movimento BDS, Omar Barghouti: “Definitivamente, mais definitivamente nos opomos a um Estado judeu em qualquer parte da Palestina”. (veja contexto: por “Palestina”, ele quer dizer Israel inteiro, e não apenas um território particular).

Isto não parece ser um movimento apenas contra a ocupação…

 

“Cinquenta anos de conflitos territoriais entre Israel e seus vizinhos”

Quando o O Globo resolve contar a história através de fotos, exceto por algumas legendas defasadas:

Israel não ocupou áreas palestinas. Israel ocupou áreas egípcias e jordanianas. Judeus viveram tanto em Gaza quanto na Cisjordânia até saírem por completo do primeiro, em 2006, e, do segundo, por serem expulsos pelos jordanianos em 1949.

Não é a falta de perspectiva de paz que faz os palestinos esfaquearem israelenses – soldados e civis, adultos e crianças – aleatoriamente, mas o extremo incitamento à violência contra israelenses promovido pelas lideranças e mídias palestinas.

 

“Israel não tinha planos claros para territórios ocupados na Guerra dos Seis Dias”

Uma matéria que implica que Israel tomou a Cisjordânia sem motivos.

Claro que Israel não tinha planos para os territórios. Israel nunca pretendeu tomar Gaza ou Cisjordânia – assim como Egito e Jordânia nunca pretenderam anexá-los, eram territórios “largados”. Israel entrou em Gaza após inúmeros ataques de palestinos Fedayin contra suas fronteiras.

Já a Cisjordânia, também não fazia parte de nenhum plano premeditado de expansão territorial. Muito pelo contrário: o próprio ministro da Defesa de Israel instruiu o exército a não lutar contra os jordanianos ou a entrar na Cisjordânia. Essa posição só mudou como resultado do descaso da Jordânia pelos pedidos israelenses para evitarem hostilidades e pelo intenso bombardeio de alvos israelenses. A entrada de Israel na Cisjordânia foi um ato de autodefesa. Sua presença é resultado, não de agressão israelense, mas da agressão jordaniana.

 


 

Aqui vemos uma série de matérias e informações veiculadas pelo jornal O Globo que juntas constroem um forte cenário: os palestinos como maiores vítimas da guerra, e Israel como a potência militar e “colonizadora” que se tornou pela conquista de territórios – no processo de sua autodefesa. Mas nós não veremos matérias sobre:

  • Refugiados judeus dos países árabes na época das guerras;
  • Como Israel diminuiu e passou a evitar o terrorismo contra sua população;
  • Como os países árabes tentaram aniquilar Israel desde 1948;
  • Quantos acordos de paz já tentaram resolver a questão da Cisjordânia, mas foram rejeitados pelos líderes palestinos;

 

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