Durante o fim de semana da Páscoa, cerca de 30.000 palestinos em Gaza se aproximaram da fronteira com Israel e realizaram uma série de atividades violentas no que eles intitularam de “Protestos do Dia da Terra” ou a “Marcha pelo Retorno”.
Nós temos visto uma cobertura muito falha da mídia sobre a situação, então compilamos aqui os principais mitos e fatos para que você possa entender melhor o que aconteceu e também reconhecer quando a mídia for imprecisa ou tendenciosa.
Mito: Este é um “protesto” ou uma “marcha” não violenta.
Fato: Não é nenhum dos dois.
Apesar de seu nome oficial, que tem sido amplamente repetido pela mídia, isso não é um “protesto” nem uma “marcha” nem pelo bom senso, nem pelo dicionário.
- Desde o início, nós vimos uma violência significativa que não seria tolerada por nenhum país.
- De acordo com as Forças de Segurança de Israel (IDF) e vários vídeos, a violência começou com a queima de pneus, lançamento de pedras, coquetéis molotov, e outras variedades de bombas incendiárias, por parte dos palestinos. A palavra correta para esse tipo de atividade é um “tumulto”.
- A violência rapidamente se transformou em um tiroteio contra a IDF. Disparar contra o exército de um país é tipicamente chamado de “ato de guerra”.
- Sob a cobertura de fogo vivo e a cortina de fumaça da queima de pneus, organizações terroristas armadas tentaram romper a fronteira e cruzar para Israel com armas. Isso é chamado de “tentativa de infiltração”.
Moments ago, IDF troops thwarted an infiltration attempt by three terrorists in the northern Gaza Strip. The terrorists approached the security fence and attempted to infiltrate Israeli territory. In response, IDF troops targeted the terrorists with tank fire pic.twitter.com/unGS1x79Hg
— IDF (@IDFSpokesperson) 30 de março de 2018
Trad.: Vídeo: Prevenindo uma infiltração por uma célula terrorista que antes fez um ataque a tiros no norte da Faixa de Gaza. Tweet: Momentos atrás, tropas da IDF frustraram uma tentativa de infiltração de três terroristas no norte da Faixa de Gaza. Os terroristas se aproximaram da cerca de segurança e tentaram se infiltrar no território israelense. Em resposta, as tropas da IDF atacaram os terroristas com fogo de tanque.
Para entender bem o contexto, é muito importante imaginar como os Estados Unidos ou qualquer Estado europeu responderíam a esse tipo de violência a suas fronteiras, ou a fogo contra seu exército.
A terminologia é muito importante, e os jornalistas deveriam chamar esses eventos pelo que são. A manchete mais comum, “16 palestinos morrem em confrontos com soldados israelenses em Gaza”, comunica um entendimento muito diferente do ocorrido, o mais preciso seria “palestinos mortos em tentativas de infiltração em Israel”.
Aqui o Estadão ainda deixa a desejar na explicação do motivo dos “protestos”: as condições de vida em Gaza são pano de fundo para as reais aspirações, voltar às “terras ocupadas” e tomar a Palestina do rio ao mar. Veja mais abaixo.
Mito: Israel está atirando em civis inocentes.
Fato: Das cerca de 30.000 pessoas presentes, até o momento, 17 foram confirmadas como mortas. Destas, pelo menos 10 estão confirmadas como sendo operadores ativos do Hamas, da Global Jihad, ou das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, todas designadas como organizações terroristas pelos Estados Unidos, União Europeia e outros. (Todos os 17 foram confirmados como sendo jovens em idade militar).
Os indivíduos até agora confirmados como terroristas incluem os seguintes:
At least 10 known terrorists with track records of terrorist activity were killed whilst carrying out acts of terror during the violent riots along the border between Israel and the Gaza Strip on Friday March 30, 2018
— IDF (@IDFSpokesperson) 31 de março de 2018
Trad.: “Pelo menos 10 terroristas conhecidos com histórico de atividades terroristas foram mortos enquanto realizavam atos de terror durante os tumultos violentos ao longo da fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza na sexta-feira, 30 de março de 2018”
O Hamas até tomou crédito publicamente por cinco dos indivíduos acima.
Mito: Israel está atirando nas pessoas pelas costas ou enquanto elas estão fugindo.
Fato: As informações sobre mortos e feridos em Gaza vêm do Ministério da Saúde de Gaza. O Ministério da Saúde de Gaza é, por sua vez, totalmente controlado pelo Hamas.
Repetir as alegações infundadas do Hamas seria como repetir as afirmações do Estado Islâmico: nenhum jornalista deveria fazê-lo sem esclarecer a confiabilidade duvidosa da fonte.
Outras fontes de informação incluem trechos altamente editados de câmeras de telefones. Na maioria dos casos, o espectador não tem como saber qualquer contexto relevante, por exemplo: o que os sujeitos dos vídeos poderiam estar fazendo antes do início do vídeo ou quais atividades estão ocorrendo em torno deles.
Pelo menos um vídeo mostrou que um palestino teria sido baleado pela direção oposta ao local onde a IDF estava localizada, indicando que o evento provavelmente foi encenado. Embora esse provavelmente não seja o caso de todos os vídeos, certamente deve-se argumentar com cautela em relação à confiabilidade dos vídeos não verificados.
*Nota: desde a publicação deste artigo, parece que Jacob Magid deletou seu tweet original que continha o vídeo relevante. Nós localizamos o vídeo e fizemos o upload para o YouTube neste link. Segmento do Twitter abaixo.
The IDF’s gonna have a hard time saying this guy fell off his bike… pic.twitter.com/BCkC5KrOWi
— Jacob Magid (@JacobMagid) March 30, 2018
Trad.: “A IDF vai ter dificuldade em dizer que esse cara caiu da bicicleta…”
Rubbish. How does the IDF shoot a guy in the right leg when the left one is facing the fence and the right one is facing his prayer buddies. This video SCREAMS Pallywood.
— LTC (R) Peter Lerner (@LTCPeterLerner) 31 de março de 2018
Trad.: “Lixo. Como a IDF atira em um cara na perna direita quando a esquerda está de frente para a cerca e a direita está de frente para seus amigos de oração. Este vídeo grita Pallywood.”
Mito: O “Dia da Terra” apenas defende a coexistência pacífica.
Fato: A principal demanda dos manifestantes do “Dia da Terra” é que toda Israel seja “devolvida” aos palestinos. Yahya Sinwar, líder do Hamas em Gaza, enfatizou em um discurso na sexta-feira que:
A Marcha do Retorno afirma que nosso povo não pode desistir de uma polegada da terra da Palestina.
Imprecisões históricas à parte, esta é uma exigência do fim do único Estado judeu do mundo. Jornalistas deveriam esclarecer esse ponto crítico.
Mito: Esses eventos são espontâneos e populares.
Fato: O Ministro da Defesa de Israel disse que a organização terrorista Hamas investiu 15 milhões de dólares para organizar essa violência. Embora o Hamas não tenha confirmado esse número, está bem estabelecido que o Hamas geralmente gasta enormes somas na promoção da violência.
- Fundos foram usados ??para: transportar milhares de civis para uma área que o Hamas transformou em uma zona de combate, para tentar uma variedade de ataques terroristas, e para tentar incursões na fronteira sob o disfarce dos tumultos que eles próprios organizaram.
- O investimento de 15 milhões de dólares neste tipo de violência deve ser medido em relação às necessidades de infraestrutura básica, eletricidade, instalações médicas e muito mais. Todo jornalista deve fazer a pergunta: como o Hamas tem tanto dinheiro disponível para a violência, mas tão pouco disponível para as necessidades básicas das pessoas que vivem sob seu domínio?
Mito: O número de feridos citados pelas autoridades de saúde de Gaza são confiáveis.
Fato: As autoridades de saúde de Gaza são empregadas pelo Hamas e carecem de credibilidade. Enquanto a maioria dos serviços de notícias não conseguiu qualificar os números ou fazer uma tentativa de verificação independente, a CNN, a seu crédito, reconheceu esta advertência:
No entanto, parece haver uma disparidade no número de palestinos feridos por balas reais. Manelis disse que “apenas alguns foram atingidos por munição real”, enquanto o Ministério da Saúde Palestino em Gaza disse que 758 pessoas ficaram feridas.
Além disso, o alto número de supostos ferimentos poderia incluir virtualmente qualquer coisa, desde sofrer choque, inalar fumaça ou gás lacrimogêneo, a até mesmo roçar o joelho. Para o Hamas, quanto maior o número de lesões alegadas, maior o valor para as relações públicas e a reivindicação de desproporcionalidade direcionada à IDF.
Mito: Este é um conflito que coloca a IDF versus civis palestinos.
Fato: Israel enfatizou repetidamente que não está em conflito com os palestinos em Gaza, mas apenas com o Hamas e organizações terroristas relacionadas que estão montando ataques violentos contra israelenses.
Um exemplo particularmente arrepiante: a IDF conta que o Hamas enviou uma menina de sete anos para romper a fronteira com Israel e a abandonou dentro da linha de fogo (presumivelmente na esperança de que ela fosse morta para fins de relações públicas). Com risco pessoal significativo, soldados israelenses entraram na linha de fogo, recuperaram a menina e a devolveram a seus pais sem danos.
Enquanto isso, manifestantes palestinos no Líbano foram afastados das fronteiras com Israel em confrontos com o exército libanês.
Até agora, não vimos nenhuma dessas histórias receberem cobertura nos principais meios de comunicação internacionais.
Qualquer um que realmente se importe com israelenses ou palestinos deve esperar e exigir uma cobertura precisa da mídia sobre esses eventos. O Hamas está prejudicando os civis palestinos, ao mesmo tempo em que os usa como cobertura para atacar Israel. Ao conceder vitórias para as propagandas do Hamas, a mídia realmente desempenha um papel direto no incentivo à violência.
Além disso, cidadãos de qualquer país deveriam considerar os perigos que poderiam enfrentar onde vivem quando terroristas vêem que sua violência é justificada, encoberta e recompensada. Incentivar o terror em qualquer lugar põe em perigo pessoas inocentes de todos os lugares.
Se você ver uma cobertura tendenciosa ou imprecisa da mídia sobre esses eventos, aja e exija uma cobertura justa da sua mídia. Avise-nos através da nossa página Red Alert.
Imagem em destaque: freevector.com e Flash90 / Sliman Khader, com modificações.